Ao término do discurso que durou 44 minutos para um plenário cheio, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), um dos condenados no processo do mensalão, recebeu o apoio de seus colegas de Câmara dos Deputados. Uma fila se formou ao longo do plenário para cumprimentar o petista e até tucanos fizeram questão de prestar solidariedade. Ao pé do ouvido, o ex-presidente da Casa ouviu palavras de "força" e "parabéns" pelo pronunciamento. Alguns fizeram questão de dar um longo abraço no colega.
Em seu discurso, Cunha classificou o processo do mensalão como "farsa" e atacou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, relator do processo. Segundo ele, o relator usou as provas de forma seletiva. "Joaquim Barbosa tem de dizer de onde eu desviei (recursos)", declarou. O petista insistiu que não houve peculato e que "não há nenhum real de desvio". Citando passagem bíblica e a prisão do líder sul-africano, Nelson Mandela, Cunha disse que o processo é cruel e duro e que os réus foram condenados "sem provas e contra as provas".