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Pedro Henry pode ficar na cela de Dirceu e DelúbioDeputado Pedro Henry renuncia ao mandato e se entrega a PF Com renúncia, Pedro Henry fica inelegível até 2029Defesa pede transferência de Pedro Henry para Mato GrossoJuiz dá 24h para Pedro Henry explicar suposto segundo empregoEx-deputado é o 1º condenado no processo do mensalão a trabalhar fora da prisãoJustiça autoriza ex-deputado Pedro Henry a trabalhar em hospital Supremo encerra ano com prisões do mensalãoTJ rejeita pedido de transferência de juízes do mensalãoBarbosa pretende sanar as questões relativas ao mensalão nesta semanaNa carta de renúncia apresentada à Mesa Diretora da Câmara, Henry se dirigiu ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O ex-deputado alegou ter optado por entregar o cargo para não expor ainda mais a instituição, desgastada pela repercussão do julgamento do mensalão no STF.
"Senhor presidente, não seria este o desfecho da vida pública que eu havia planejado, mas não vou expor esta instituição mais do que já se encontra exposta por este episódio", escreveu Henry. A carta deverá ser lida em plenário na segunda-feira.
O ex-deputado disse, na mesma mensagem, ter tentado provar sua inocência, mas acabou condenado mesmo sem provas. "Apesar de abreviar em um ano este mandato, meu sentimento é de dever cumprido para com os mato-grossenses", afirmou.
Henry é o terceiro parlamentar condenado no processo do mensalão a renunciar. Ele seguiu os passos de Valdemar Costa Neto (PR-SP) e José Genoino (PT-SP). O primeiro, assim como Henry, apresentou a renúncia no mesmo dia em que foi dada a ordem de prisão. O petista, que apresentou um pedido de aposentadoria por invalidez só renunciou quando a Câmara estava prestes a abrir um processo de cassação do mandato.
Pela Lei da Ficha Limpa, Henry ficará inelegível pelos próximos 16 anos e não poderá concorrer a cargos públicos até 2029, quando terá 71 anos.
Dos quatro deputados condenados pelo Supremo no processo do mensalão, o único a manter o mandato é João Paulo Cunha (PT-SP). Ele aguarda julgamento de recurso em liberdade (mais informações abaixo).
Companheiros
Enquanto estiver na Papuda, Henry terá a companhia de outros condenados no processo do mensalão, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro Delúbio Soares, segundo informou seu advogado, José Antônio Duarte Alvares. A permanência em Brasília, porém, deve ser temporária, já que a defesa vai pedir, na segunda-feira, a transferência para Cuiabá (MT), onde vivem a mulher e os filhos de Henry.
Duarte Alvares afirmou ontem que pretende encaminhar sugestões de trabalho para o deputado. "Ele é médico, com três especialidades. Não vai ser difícil receber uma oferta de emprego", afirmou. Henry é médico-legista, clínico geral e hiperbárico.
Essa não é a primeira vez que Henry renuncia ao mandato. Em 2005 quando veio à tona o escândalo do mensalão, ele era líder do PP. Em março de 2006, foi absolvido pelo plenário.
No julgamento do caso no Supremo, a maioria dos ministros entendeu que o ex-deputado participou das negociações que levaram ao repasse de, pelo menos, R$ 3 milhões do valerioduto para o PP e ao uso da corretora Bônus Banval para distribuir o dinheiro. Henry nega que tenha tratado de assuntos financeiros com o PT e diz que não tinha conhecimento da origem ilegal dos valores recebidos por seu partido.