Líderes do PMDB mineiro se reuniram nesse domingo em Belo Horizonte com a militância e garantiram que o partido vai mesmo lançar candidatura própria ao governo do estado. Acompanhado dos três nomes cotados como pré-candidatos – o senador Clésio Andrade; o empresário Josué Gomes, filho do ex-vice presidente da República José Alencar; e o ministro da Agricultura, Antônio Andrade – o deputado federal Saraiva Felipe, presidente da legenda, garantiu que o partido tem o aval do comando nacional para alçar voo solo no estado. Disse ainda que os contrários à candidatura própria terão de defender e submetê-la à convenção, marcada para junho. “Não podemos mais nos conformar com a garupa”, defendeu. Para ele, o partido deve seguir o mesmo rumo do PMDB paulista, que pretende lançar o presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), Paulo Skaf, candidato ao governo do estado.
SOLDADO
Josué Gomes também defendeu a candidatura própria, mas garantiu que não pleiteia a indicação para a cabeça da chapa. “Me filiei ao PMDB sem nenhuma pretensão de candidatura, me filiei como militante. Sou um soldado no quartel. Estou aqui para cumprir a missão que os generais determinarem”, afirmou o empresário, que foi a atração do evento. Com um tom de voz idêntico ao do pai, Josué foi cercado pela militância interessada em tirar fotos ao lado dele e ouvir histórias sobre o ex-vice-presidente, que foi também senador por Minas. Josué disse que o estado “precisa de mudança” e que é tempo de “alternância no poder”.
O senador Clésio Andrade disse que o partido recebeu a garantia do comando nacional de que não haverá interferência na decisão tomada no estado. “O partido está unido em torno da candidatura própria. Não há como recuar. Vamos seguir em frente”, afirmou. Durante o evento, os líderes fizeram questão de frisar que não passam de boatos as informações de que o partido vai indicar o candidato a vice na chapa petista, que deverá ser encabeçada pelo ministro de Indústria, Comércio e Desenvolvimento Exterior, Fernando Pimentel. “Não iremos a reboque do PT”, afirmou o ministro Antônio Andrade.
PCdoB confirma pré-candidatura
No caminho da candidatura própria, que o PMDB pretende seguir, mas já com nome definido para a disputa, o PCdoB lançou no sábado (14), durante a primeira reunião da nova direção do partido em Minas, a deputada federal Jô Moraes como pré-candidata ao governo do estado em 2014. Para ela, a intenção é tornar cada vez mais visível o projeto do PCdoB, considerado viável pela legenda, mas que ainda precisa ser mais difundido.
Para a deputada, isso não significa rompimento com o PT, partido com o qual a legenda sempre compôs, mas um desejo de alcançar voos maiores. Para Jô, Minas está encerrando um “ciclo político e econômico” e o PCdoB pode contribuir muito para essa nova fase estadual.
A legenda, segundo a deputada, vai começar a realizar debates pré-eleitorais e procurar outros partidos da base de apoio do governo Dilma Rousseff para discutir alianças. O processo vai ser comandado pelo novo presidente do PCdoB, Wadson Ribeiro.
Nas eleições de 2012, o partido não se aliou ao PT na disputa por muitas prefeituras no Brasil ou em Minas. Em Contagem, na Grande BH, o PCdoB rompeu com o PT, lançou candidato próprio e acabou vencendo a disputa, com a eleição de Carlin Moura. Em todas as últimas disputas pelo governo do estado, os comunistas participaram das chapas com petistas e também com o PMDB. (AM)
Liberdade estadual
A ex-ministra Marina Silva afirmou nesse domingo que a aliança do Rede com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, “não é verticalizada” e admitiu que os dois partidos podem não estar juntos em alianças nos estados nas eleições de 2014. No âmbito federal, pela primeira vez ela descartou de maneira enfática seu nome como a escolha da aliança para o Palácio do Planalto. Questionada em entrevista coletiva sobre as divergências entre os partidos nos estados, ela afirmou que não há obrigação de se repetir a lógica nacional. Campos disse que hoje há 20 estados “com caminho muito tranquilo entre a militância do Rede e do PSB” e que onde eles tiverem alianças diferentes, vão se juntar “à coligação que vai ter mais coerência.”