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Estado de Minas

Primeira-dama do Estado de São Paulo tem agenda cheia e cara

Desde junho, o ritmo aumentou e é provável que assim permaneça até o ano que vem, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) estará em plena batalha eleitoral para se reeleger


postado em 16/12/2013 09:27 / atualizado em 16/12/2013 09:34

A primeira-dama do Estado de São Paulo, Lu Alckmin, ao lado do marido e governador Geraldo Alckmin(foto: Gabriel Araujo/Divulgação)
A primeira-dama do Estado de São Paulo, Lu Alckmin, ao lado do marido e governador Geraldo Alckmin (foto: Gabriel Araujo/Divulgação)
Eventos beneficentes, encontros com primeiras-damas, viagens a cidades do interior paulista. A primeira-dama do Estado de São Paulo, Lu Alckmin, cumpre uma agenda intensa como presidente do Fundo Social de Solidariedade. Em média, são três compromissos por semana.

Desde junho, o ritmo aumentou e é provável que assim permaneça até o ano que vem, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) estará em plena batalha eleitoral para se reeleger. E o aumento não será apenas na quantidade dos compromissos, mas também no quanto eles representarão como custo: o orçamento de 2014 prevê para essas viagens e inaugurações R$ 36,6 milhões, quase R$ 7 milhões a mais do que o estimado para este ano.

Os investimentos devem ajudar no custeio das 56 escolas de Construção Civil, novidade prevista pela pasta para o ano que vem. É um dos 4 projetos do Fundo de Social de Solidariedade, voltado para a qualificação profissional.

Dona Lu, como costuma ser chamada, é considerada um cabo eleitoral importante pelos auxiliares do governador. Na campanha de 2010, ela cumpria agendas paralelas às de Alckmin e, muitas vezes, chegava em casa mais tarde que o próprio marido. Mas esse trabalho no Fundo de Solidariedade “não tem nenhuma relação com o calendário eleitoral”, alertou Dona Lu, por sua assessoria, quando questionada a respeito pelo Estado.

Além de viajar pelo Estado, Dona Lu costuma receber as primeiras-damas municipais no Bandeirantes. Só em 2013, foram mais de 15 reuniões. A primeira-dama segue uma fórmula adotada nos anos 1980 por Lucy Montoro, mulher do governador Franco Montoro, que trocou o assistencialismo por iniciativas como os cursos profissionalizantes. O movimento prosseguiu com dona Lila Covas, mulher de Mario Covas.

Padarias

Com a morte de Covas em 2001, Alckmin assumiu o governo e dona Lila deixou a presidência do Fundo para Dona Lu. Um dos primeiros programas criados por ela foi o das padarias artesanais - curso que ensina a fazer dez tipos diferentes de pães. A intenção é fazer as pessoas oferecerem produtos diferentes, melhorando sua receita doméstica.

A menina dos olhos da primeira-dama, este ano, chama-se “Escola da Beleza”. Oferece cursos de assistente de cabeleireiro, manicure, depilação e maquiagem. O plano de inaugurar 28 unidades pelo Estado, em 2013, foi completado por Dona Lu no dia 21 de novembro. Ela participou pessoalmente da entrega desses serviços.

A liturgia desses eventos é sempre a mesma. Dona Lu costuma ir de carro ou no helicóptero do governador. Faz discurso, cumprimenta as alunas, tira fotos com quem quiser, sempre com um sorriso no rosto. Consegue, muitas vezes, conquistar até a oposição.

A prefeita de Itararé, a petista Cristina Ghizzi, é só elogios à primeira-dama. A cidade foi a única administrada pelo PT escolhida para receber uma dessas escolas. “Ela tem demonstrado muito boa vontade. Está sempre alegre, sempre disposta à conversa. É uma simpatia”, afirma Cristina - segundo a qual 25 das 37 formandas da primeira turma do curso já tinham conseguido emprego.

Das 28 unidades inauguradas este ano, 20 são em cidades comandadas pelo PSDB ou partidos da base aliada de Alckmin. A assessoria do Fundo de Solidariedade garante que os critérios para escolher as cidades são técnicos e não políticos. “São absolutamente técnicos. Não há qualquer relação com partidos. Os municípios que se interessaram pelo Polo tiveram que cumprir as exigências técnicas para instalação do projeto - por exemplo: disponibilizar local adequado para as aulas e para instalação dos equipamentos”, diz a nota da assessoria.

Um dos quesitos é o tamanho da cidade. O Fundo tem como estratégia levar os projetos a municípios pequenos. “Na seleção dos municípios, optou-se pelas cidades menores, para que as grandes cidades tivessem que enviar representantes às cidades pequenas para se capacitarem e, desta forma, ajudar no desenvolvimento destas”, explica a assessoria.


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