Jornal Estado de Minas

Para a Justiça, presídios podem receber Jefferson

O documento da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro será enviado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot

Leandro kleber
Jefferson diz que prescrição médica de dieta foi divulgada para ridicularizá-lo - Foto: Wilton Júnior/estadão ConteúdoBrasília – A Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro enviou um ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) informando que há presídios no estado com condições de abrigar o delator do mensalão, Roberto Jefferson, apesar de seus problemas de saúde. A informação foi confirmada ontem à noite pela assessoria de imprensa do STF, que não deu mais detalhes sobre o caso. Jefferson, que aguarda posição do presidente do STF, Joaquim Barbosa, sobre o local onde cumprirá sua pena, tenta conseguir o benefício da prisão domiciliar.
O documento da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro será enviado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele fará um parecer sobre o pedido de prisão domiciliar de Jefferson e o enviará a Barbosa, que tomará uma decisão final sobre onde o delator deverá cumprir sua pena de sete anos e 14 dias pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

O ex-deputado passou por uma cirurgia para a retirada de um câncer do pâncreas em 2012. Além disso, sofre com diabetes, hipertensão arterial e histórico de obesidade mórbida, o que, de acordo com laudo médico enviado ao STF por sua defesa, o levou a desenvolver uma deficiência nutricional crônica e anemia. Devido aos problemas de saúde, a defesa diz que Jefferson não pode ir para um presídio, pois precisa de uma dieta com itens como salmão defumado, geleia real e proteínas do soro do leite, além de cuidados especiais com a higiene.

Mais cedo, após receber críticas sobre a dieta que encaminhou ao Supremo para tentar obter a prisão domiciliar, Jefferson se defendeu e disse que a “indignação não passa” diante do episódio. Por meio do seu blog, o delator do mensalão afirmou que não come “o tal salmão defumado” e a divulgação da dieta serviu apenas para “desqualificar” o pedido feito à Corte. “Quando alguém recebe uma dieta significa que vai comer tudo que ali está ou a mesma serve de parâmetro, de guia? Não sei quem, mas alguém divulgou a dieta prescrita por meus médicos não para informar, mas para me ridicularizar (...). É pra isso que serve a liberdade de imprensa? Não creio”, escreveu.

Em um dos dois posts publicados ontem na internet, o ex-deputado listou os problemas de saúde que teve de enfrentar e qual a dieta sugerida, na íntegra, pelos médicos para ajudá-lo. No fim de uma das publicações, ele escreveu: “Vou no mínimo oito vezes ao banheiro diariamente. (…) A alimentação, portanto, é crucial no meu tratamento”.