Depois de quase dez anos de aliança com o PSDB, o PPS trouxe sua cúpula a Pernambuco, ontem, para anunciar apoio oficial à eventual candidatura do governador Eduardo Campos à Presidência da República. Às vésperas da chegada da presidente Dilma Rousseff (PT) ao estado, o evento contou com apoio de caciques nacionais de ambas as legendas e consolidou o discurso de Eduardo como oposição. “O pacto político que está em Brasília não expressa o pacto social que quer um Brasil melhor. Esse pacto político que está em Brasília já deu o que tinha de dar”, discursou Eduardo na ocasião, após explicar os motivos que uniram as duas siglas.
Durante aproximadamente 20 minutos, Eduardo Campos - que estava quase afônico após cumprir uma maratona ao longo do dia - fez um dos discursos mais duros em relação ao governo Dilma. Mostrou-se afinado com o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, que acusa a gestão petista de provocar uma crise na democracia com o enfraquecimento das instituições. Ao contrário de outros atos políticos, Eduardo praticamente se colocou como presidenciável. “Esse conjunto quer colocar em debate o Brasil e o Brasil vai ter o debate de quem tem segurança do que representa. Quem tem segurança do que propõe não corre do debate. Disputei eleições que muito diziam perdidas e ganhei. Nunca me furtei a ir ao debate e o Brasil vai ao debate em 2014”.
Freire, por sua vez, ressaltou que a aliança com o PSB era uma correção de rumos do PPS, uma busca de unidade da esquerda democrática. Ele, bem como Eduardo, lembrou que os dois partidos estiveram juntos até 2004, quando se afastaram. Freire descartou a possibilidade de o PSB recuar no projeto nacional caso o ex-presidente Lula entre na disputa. “Lula vai ter medo de entrar em bola dividida”.