Jornal Estado de Minas

Aécio lança propostas para as eleições presidenciais e eleva tom contra o PT

Senador e pré-candidato tucano à Presidência da República elogia decisão do ex-governador José Serra de desistir da disputa interna e apresenta cartilha para ser opção anti-Dilma

Na tribuna do Auditório Nereu Ramos, na Câmara, Aécio falou sobre as propostas que tem para o país e voltou a criticar o governo petista - Foto: Ed Ferreira/AE
Um dia depois do anúncio do ex-governador José Serra (PSDB-SP) de que não disputará internamente a candidatura tucana ao Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi nessa terça-feira à tribuna do Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, para lançar uma série de propostas da legenda com vistas às eleições do ano que vem (veja abaixo). “É um conjunto de ideias colhidas a partir de debates e conversas em todo o país. Propostas do Brasil real, que se contrapõem ao Brasil virtual da propaganda oficial”, disse Aécio, alfinetando o governo do PT.


Incorporando cada vez mais o figurino de candidato, Aécio disse que é o momento de “o país começar um novo ciclo”. Ele elogiou a postura do ex-governador Serra, que, em sua conta em uma rede social, na segunda-feira, deixou claro que o candidato do PSDB ao Planalto é o senador mineiro. “Não deixo de reconhecer que é um gesto importante na direção da unidade partidária, um gesto que chamaria de desprendimento do ex-governador”, declarou.
Aécio desconversou, contudo, sobre o conselho de Serra e de outras lideranças tucanas de que é preciso lançar logo a candidatura presidencial. “Não é momento para isso. Se eu for candidato, serei candidato fruto do desejo de um conjunto de forças do partido, não de um desejo pessoal meu”, completou.

A exemplo do que fez em relação ao Bolsa-Família, quando assegurou que o PSDB não extinguirá o benefício caso vença a disputa presidencial de 2014, Aécio incluiu o Programa Mais Médicos na lista de programas que vão ser mantidos em um eventual governo tucano. E garantiu apoio aos médicos cubanos que estão no país. “Os médicos cubanos continuarão no Brasil. Mas vamos pagar para eles o salário de R$ 10 mil porque o governo brasileiro não pode financiar ditaduras de companheiros a partir de programas eleitorais”, declarou. Pelo contrato firmado entre o governo brasileiro e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), os profissionais cubanos só recebem R$ 4 mil dos R$ 10 mil referentes ao contrato do Programa Mais Médicos. A defasagem seria uma exigência do convênio, com base em acordo com o governo cubano.

Aécio lembrou que, em junho, os brasileiros foram às ruas avisar que não se sentem representados pela classe política. E defendeu que o PSDB assuma esse papel de catalisador dos anseios da população. “Nós encarnamos a mudança de verdade de que o Brasil precisa neste momento. Nós estabilizamos a economia com o Plano Real, criamos a Lei de Responsabilidade Fiscal e universalizamos o ensino básico”, enumerou. “Temos de acabar com essa divisão entre eles e nós, criada pelo PT”, finalizou o presidenciável do PSDB.

Líder na Câmara

O deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA) é o novo líder da bancada tucana na Câmara. A decisão foi tomada na noite de ontem, por aclamação, para evitar a disputa entre parlamentares mineiros e paulistas pelo cargo. A escolha de Imbassahy foi influenciada diretamente pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, que não queria ver uma queda de braço que prejudicasse a campanha eleitoral do ano que vem.

As ideias do PSDB

O que o partido propõe para o debate nacional

Confiança


1 - Compromisso com a ética, combate à corrupção, radicalização da democracia e respeito às instituições
2 - Recuperação da credibilidade e construção de um ambiente adequado para o investimento e o desenvolvimento do país

Cidadania

3 - Estado eficiente, a serviço dos cidadãos
4 - Educação de qualidade como direito da cidadania
5 - Superação da pobreza e construção de novas oportunidades
6 - Cidadãos seguros: segurança pública como responsabilidade nacional
7 - Mais saúde para os brasileiros

Prosperidade

8 - Nação solidária: mais autonomia para estados e municípios
9 - Meio ambiente e sustentabilidade
10 - A agenda da produtividade: infraestrutura, inovação e competitividade
11 - Agropecuária que alimenta o presente e o futuro do país
12 - Política externa: reintegrar o Brasil ao mundo