Em meio à crise financeira generalizada das prefeituras, o governo de Minas liberou ontem R$ 120 milhões para investimentos em 255 municípios do estado. Portador da boa notícia, o governador Antonio Anastasia (PSDB) fez questão de dizer aos prefeitos que sua ação é a continuidade do que foi iniciado em 2003 pelo senador Aécio Neves, pré-candidato tucano à Presidência, uma política “de muita atenção aos municípios, especialmente aqueles médios e menores do estado, que durante décadas não tinham nenhum programa ou projeto que os beneficiassem”. Também em outro evento Aécio foi destacado como “pai do choque de gestão”, que ontem teve um livro lançado em comemoração a seus 10 anos.
Os dois eventos foram no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A verba para pavimentação e saneamento vem de financiamentos contratados com o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Anastasia reforçou a parceria com os municípios. Para pavimentação asfáltica, serão contemplados 82 municípios, com R$ 20,96 milhões em 2014. Já na área do saneamento o aporte de R$ 98,3 milhões vai para 186 cidades, que construirão módulos sanitários e sistemas de abastecimento de água.
Anastasia apresentou o livro que conta os 10 anos de choque de gestão, cujo prefácio é assinado por Aécio. Mesmo sem estar presente, o senador foi reverenciado e apareceu algumas vezes em vídeo que fazia um balanço do período, dizendo que, há 10 anos, antes da administração tucana, o estado vivia um caos financeiro. O governador disse que todos os índices do estado melhoraram, ressaltando setores como educação e saúde. O governador negou, no entanto, que a apresentação do livro sobre a principal bandeira do presidenciável tucano sirva de propaganda. “É um livro muito técnico, uma coisa científica. Já foi feita uma versão em 2006 e agora foi consolidado o trabalho dos 10 anos”, disse.
Unidade
O governador comentou a declaração do ex-governador José Serra (SP), principal resistência dentro do PSDB à candidatura de Aécio, esta semana. O paulista usou suas redes sociais para defender a antecipação do anúncio de que será o mineiro a concorrer pelo partido à Presidência. “Consolida-se a unidade que já existia”, afirmou.
Anastasia disse também considerar positiva a decisão do PPS de apoiar a candidatura do governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), ao Palácio do Planalto. Para ele, a união consolida Campos como candidato de oposição, o que dará mais força no embate contra a presidente Dilma Rousseff (PT) nas urnas. “É claro que no segundo turno as oposições estarão unidas contra a situação, isso é praxe”, afirmou.
Apesar de falar do prazo, que está ficando curto, Anastasia evitou mais uma vez dizer quando decide se concorrerá ao Senado pelo PSDB. Nome mais promissor do partido, segundo pesquisas eleitorais, para conquistar uma cadeira em Brasília, ele disse que só vai tomar sua decisão depois que o PSDB confirmar quem será o cabeça de chapa a concorrer ao governo. “Tenho até 5 de abril”, afirmou, referindo-se ao prazo para desincompatibilização, caso se candidate.