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Miguel Torres assume presidência da Força SindicalGushiken foi um grande líder sindical, diz vice-presidente Michel TemerSindicalistas criticam proposta que regulamenta greve de servidores públicosFim da polarização PT-PSDB marcará ano, diz cientistaUniversidade do governo terá aulas de marxismoAlém do deputado federal e presidente do Solidariedade, Paulinho (SDD-SP), que já faz campanha para Aécio, a Força conta também com dois vice-presidentes filiados ao PSDB - Melchíades Araújo, da área de alimentação, e Antônio Ramalho, do ramo da construção civil.
Por outro lado, a UGT, que tem no presidente Ricardo Patah (PSD) um nome forte pró-Dilma, fica ainda mais próxima do governo federal e amplia o apoio do movimento sindical em favor da reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Filiação. Motta se filiou ao PTB há dois meses, partido que sinaliza se aliar a Dilma na campanha do ano que vem. Ele nutre o desejo de sair candidato a deputado federal por São Paulo no ano que vem. Patah, a quem o ex-prefeito Gilberto Kassab prometeu a mesma candidatura pelo PSD, aceitou abrir mão em prol de Motta.
A UGT deve aumentar de tamanho. Nas contas dos dirigentes da central, a entidade deve ganhar cerca de 200 sindicatos nas próximas semanas, contando os 68 sindicatos de comerciários que fazem parte da Federação dos Comerciários de São Paulo, presidida por Motta. A central vai se aproximar do poder de fogo da Força Sindical, mas ainda permanecerá como a terceira maior entidade do gênero, atrás também da Central Única dos Trabalhadores (CUT), historicamente ligada ao PT.
Lá e cá
Com 1,2 mil sindicatos e prevendo embolsar mais de R$ 30 milhões com imposto sindical no ano que vem, a UGT também vai aumentar sua musculatura política. “Nossa postura no PTB é semelhante daquela dos colegas do PSD”, disse Motta ao Estado, “porque apoiamos o governador Geraldo Alckmin em São Paulo, e a presidente Dilma no campo federal”.
Segundo Paulinho, que já presidiu a Força, a decisão de Motta foi “um erro grave”, motivado por uma avaliação política e partidária, e não sindical. “Ele queria ser o presidente do Solidariedade em São Paulo, mas para mim a vaga deveria caber a um metalúrgico. A decisão de ir para o PTB e agora para a UGT, no campo sindical, foi um erro de cálculo”, disse Paulinho, que admitiu: “a Força fica quase inteira com Aécio, agora”.
A declaração de apoio da Força ao senador tucano provoca uma mudança de cenário em relação às eleições presidenciais de 2010, quando havia unidade entre as duas maiores entidades no apoio à candidatura de Dilma. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também tenta se aproximar dos sindicalistas, o que poderá dividir ainda mais o setor. Se não conseguir apoios explícitos, Campos buscará compromissos de neutralidade.