O ex-espião americano Edward Snowden afirmou nesse domingo, 22, que “aceitaria viver no Brasil” caso recebesse um convite, mas negou ter oferecido ao governo brasileiro informações sigilosas dos programas de espionagem dos Estados Unidos em troca de asilo.
Leia Mais
Dilma não se manifestará sobre SnowdenDilma discutirá caso Snowden com chancelerNo Senado, Lindbergh e Ferraço defendem asilo a SnowdenOposição vê asilo a Snowden como 'questão delicada'Itamaraty nega ter recebido pedido de asilo de Snowden“Nunca vou trocar informações por asilo, e também não acredito que o governo brasileiro faria isso. Uma concessão de asilo deve ser sempre uma decisão puramente humanitária e a carta (escrita por Snowden na semana passada) foi bastante clara a esse respeito. Eu nunca vou cooperar com ninguém fora do devido sistema legal”, afirmou.
“Se o governo brasileiro quiser defender os direitos humanos, será uma honra para mim fazer parte disso”. Snowden, que vive em Moscou sob permissão do governo russo, rejeitou qualquer possibilidade de retornar aos Estados Unidos. “Está claro que eu não teria um julgamento justo no meu país”.
O governo americano exige que o ex-técnico que prestava serviços à NSA (Agência Nacional de Segurança) e conseguiu copiar milhares de documentos oficiais sigilosos volte e responda a processos por crimes contra a segurança nacional.
“O maior problema é que a ofensa mais séria não é prejudicar o governo, mas envergonhá-lo”.
Entre as revelações de Snowden estava a informação de que os serviços de Inteligência dos EUA vigiaram telefonemas e e-mails da presidente brasileira, Dilma Rousseff.
Na última terça-feira, 17, em “carta aberta ao povo brasileiro”, Snowden agradeceu pela pressão internacional brasileira contra a NSA e se dispôs a ajudar nas investigações sobre o roubo de informações do governo.
A interpretação de que a mensagem, revelada pelo jornal Folha de S. Paulo e, depois, divulgada no Facebook, tivesse um pedido de asilo provocou intenso debate em Brasília. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o jornalista Glenn Greenwald, parceiro de Snowden nas reportagens que revelaram a espionagem americana, negou que o texto fosse um pedido de asilo ao Brasil. “Essa informação é totalmente errada”, disse.