Jornal Estado de Minas

Governo Federal só conclui Obras do PAC2 em prefeituras mineiras aliadas

Desde 2007, o governo federal só finalizou ações do PAC2 para prevenção de enchentes e inundações em Minas nas cidades comandadas por prefeitos de partidos de sua base

Marcelo da Fonseca
Obra de drenagem do Bairro Vila das Flores, em Betim, concluída com recursos do PAC2 em 2012, quando a cidade era governada por uma petista - Foto: Moisés Silva/EM/D.A Press - 10/3/12
Todas as obras concluídas até este ano pelo governo federal por meio do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC2) para prevenção de acidentes em áreas de risco foram entregues a prefeituras aliadas ao Palácio do Planalto. Na segunda etapa do programa, que começou a repassar recursos para as prefeituras em 2007, foram finalizadas oito ações de prevenção de deslizamentos, contenção de encostas em áreas de risco e controle de enchentes e inundações em Belo Horizonte, Betim, Contagem, Nova Lima e Ituiutaba, todas administradas por petistas ou aliados do governo federal até o fim do ano passado, quando se encerraram os mandatos municipais.
Na capital mineira, duas obras incluídas no PAC2 para melhorias em áreas de risco foram finalizadas até este ano. Os bairros Saudade e Pompeia, na Região Leste, receberam obras de macrodrenagem e urbanização, com gasto de R$ 15,3 milhões. Na Região da Pampulha, foi finalizada no ano passado a implantação de galerias para controle de cheias na Rua Tocantins, obra que custou R$ 5,3 milhões. O prefeito da capital mineira Marcio Lacerda era aliado do governo federal até o ano passado, quanto houve rompimento entre petistas e o seu partido, o PSB, na disputa pela Prefeitura de BH.

Em Betim, três obras de prevenção contra desastres foram entregues entre 2007 e 2010, com gastos de R$ 74,2 milhões. A cidade, governada até o ano passado pela petista Maria do Carmo Lara, concluiu obras de melhorias na drenagem do Bairro Vila das Flores, nas vias de circulação do Bairro Salomé e em parques da Bacia do Rio Betim. Na vizinha Contagem, comandada pela petista Marília Campos até 2012, foram investidos R$ 31,2 milhões pelo governo federal em canalizações, obras de saneamento e construções de encostas. O município de Nova Lima, do prefeito Carlinhos (PT) teve quatro obras entregues, nos Córregos Moinho, Cardoso, Cristais e Mutuca, no valor de R$ 10 milhões.

A única cidade mineira contemplada com obras de prevenção em área de risco por meio dos recursos federais do PAC2 fora da Região Metropolitana de BH foi Ituiutaba. A cidade do Triângulo Mineiro foi governada até o ano passado pelo prefeito aliado do governo federal Públio Chaves (PMDB) e recebeu R$ 7,2 milhões para ações de urbanização em regiões da cidade com risco de desabamentos.

Se nos primeiros cinco anos de repasses para as obras do PAC2 as obras concluídas foram todas para cidades em que os gestores estão alinhados politicamente com o Planalto, neste ano o repasse de recursos alcançou também municípios em que foram eleitos prefeitos de partidos da oposição. No segundo semestre de 2013, o balanço apresentado pelo governo federal sobre as ações de prevenção em áreas de risco trazia uma lista de 26 obras em 14 cidades mineiras.

Cidades como Betim e Belo Horizonte, cujos prefeitos empossados neste ano são partidos que integram a oposição à presidente Dilma Rousseff (PT) – Carlaile Pedrosa (PSDB), em Betim, e Marcio Lacerda, na capital – continuaram recebendo recursos dos programas federais para prevenção contra desastres ambientais. De acordo com o Ministério das Cidades, órgão responsável pela maior parte das ações ligadas a prevenção de enchentes e deslizamento de terras, 30 cidades mineiras receberão recursos do programa de construção de encostas em áreas de risco, com investimentos de R$ 455,4 milhões.