Brasília – A estratégia da presidente Dilma Rousseff de aparecer cada vez mais em pronunciamentos em rede nacional de rádio e televisão custou até agora R$ 1,2 milhão aos cofres públicos desde o primeiro ano de seu mandato, em 2011. Cada vez que a presidente vai à TV, o Palácio do Planalto desembolsa R$ 90 mil com produção, gravação, edição, computação gráfica, trilha sonora, locução, mão de obra e equipamentos.
Com a fala de ontem, a presidente superou a média de cinco aparições anuais. Seus antecesores, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso registraram uma média inferior a três pronunciamentos de TV ao ano. Nas aparições de 2013, além da que foi ao ar ontem, Dilma divulgou medidas de impacto de seu governo, como a redução da tarifa de energia (23 de janeiro), a desoneração da cesta básica (8 de março) e a promessa de destinar dinheiro do pré-sal para a educação (1º de maio). Foi à TV também para dar uma resposta às manifestações (21 de junho), para exaltar a criação do programa Mais Médicos (6 de setembro) e para comemorar a conclusão do primeiro leilão do pré-sal (21 de outubro).
O pronunciamento de 21 de junho, em meio às manifestações, foi o mais atípico. A aparição foi realizada às pressas e não contou com a superprodução de R$ 90 mil. Naquela oportunidade, quem produziu tudo foi a EBC/NBR, estatal de comunicação, “pois não havia tempo hábil para a mobilização de uma das agências contratadas”, segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Em condições normais, é a secretaria que fica responsável por contratar uma agência para a produção dos pronunciamentos da presidente.
Em dezembro de 2012, o valor gasto pelo governo federal para produzir um pronunciamento foi de R$ 58 mil, 56% a menos que os atuais R$ 90 mil. A Secretaria de Comunicação diz que houve uma “atualização de valores”, “uma vez que os preços até então praticados remontavam ao ano de 2008”. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2008 a 2012 foi de 32%.
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A crítica ao governo Dilma também veio do governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB). Na sua página no Facebook, o governador reclamou do despreparo do Executivo para lidar com os desastres causados pelas fortes chuvas na Região Sudeste, principalmente Espírito Santo e Minas Gerais. “Infelizmente, em Brasília ainda é regra esperar o pior acontecer para tomar alguma medida.” (Com agências)