Uma das maiores brigas que o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, deverá enfrentar nos próximos meses será contra uma entidade profundamente arraigada na alma dos diplomatas: o maço. O calhamaço de papel entregue aos presidentes antes de qualquer encontro bilateral, recheado de informações e números, resume, às vezes, anos de trabalho diplomático, mas é visto com pouquíssima paciência pelos mandatários da República, que o consideram pouco objetivo - para não dizer pouco útil.
O ministro Luiz Alberto Figueiredo, que assumiu a pasta em agosto, determinou que, daqui para frente, o maço precisa ter uma primeira página com pontos objetivos: qual o interesse do Brasil naquele país e que resultados a presidente deve extrair daquele encontro. Além disso, o que mais vier no relatório será lucro. As tentativas estão indo bem, mas nem sempre a ordem ministerial é seguida à risca. Hábitos são difíceis de mudar.