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Estado de Minas

Mandado de prisão de Cunha cabe a Barbosa, diz defesa

O presidente do Supremo autorizou a prisão de João Paulo por corrupção passiva e peculato no esquema do mensalão, nessa segunda-feira, uma vez que não cabem mais recursos para esses crimes


postado em 08/01/2014 17:21 / atualizado em 08/01/2014 17:31

O advogado de João Paulo Cunha (PT-SP), Alberto Toron, afirmou nesta quarta-feira, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a decisão sobre atos de execução penal, como mandados de prisão, são de atribuição do ministro relator da ação. No caso de João Paulo, condenado no processo do mensalão, o presidente da Corte, Joaquim Barbosa. Segundo Toron, essa seria a razão pela qual o mandado ainda não foi expedido - Barbosa antecipou suas férias antes de assinar a documentação e deixou o caso nas mãos da presidente em exercício, ministra Cármen Lúcia. "Ela (Cármen Lúcia) age como presidente do Supremo e não como relatora", justificou Toron ao Broadcast Político. "É atribuição exclusiva do relator e por isso ainda não foi expedido", acrescentou.

Segundo Toron, a informação foi obtida por ele junto a assessores da Corte. O dispositivo que regulamenta esse ponto é a resolução 514 do Supremo. A documentação de João Paulo, que inclui o mandado de prisão, já foi encaminhado para o gabinete da ministra, mas ela ainda não deu encaminhamento à documentação. Apesar da declaração de Toron, a assessoria do Supremo informou que a ministra pode assinar a papelada, assim como o próprio Barbosa, via certificação eletrônica.

Durante o recesso forense, o ministro que exerce a presidência interinamente decide sobre casos urgentes. A defesa argumenta que João Paulo tem residência fixa e está à disposição da justiça, razão pela qual não haveria urgência em decretar sua prisão no recesso do Judiciário.

Nessa segunda-feira, 06, o presidente do Supremo autorizou a prisão de João Paulo por corrupção passiva e peculato no esquema uma vez que não cabem mais recursos para esses crimes. A pena é de 6 anos e 4 meses de reclusão, mas a Corte ainda precisa analisar um embargo contra a condenação por lavagem de dinheiro, o que elevaria sua sentença para 9 anos e 4 meses.

Embora tenha negado os recursos de João Paulo na segunda-feira, Barbosa antecipou suas férias e viajou sem assinar a documentação. A assessoria do Supremo informou que a mesma estava em elaboração na Secretaria Judiciária da Corte e que ela só ficou pronta nesta terça-feira, depois que o presidente já havia viajado.

As férias de Barbosa estavam previstas para começar no dia 10 de janeiro e ele só deve retornar ao Supremo ao final do recesso do Judiciário, em fevereiro. Alberto Toron informou ainda que João Paulo Cunha se entregará à Polícia assim que o mandado for expedido.


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