Jornal Estado de Minas

Ministro da Justiça se reúne com Roseana para tratar de crise nos presídios

Encontro com José Eduardo Cardozo está previsto para o final da tarde desta quinta-feira

Marcelo Ernesto - Enviado especial a Curitiba
Crise nos presídios no Maranhão levou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a se reunir com a governadora Roseana Sarney - Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
Para tentar resolver a crise no sistema penitenciário no Maranhão, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, viaja na tarde desta quinta-feira para se reunir com a governadora do estado, Roseana Sarney (PMDB). O encontro está marcado para as 17h e, além de Cardozo, estarão presentes a secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, e o diretor de Políticas Penitenciárias do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Luiz Fabrício Vieira Neto. Os problemas nos presídios fizeram com que o ministro alterasse a agenda que, conforme o site da pasta, previa para hoje apenas despachos internos.
O governo do Maranhão vive nas últimas semanas uma de suas piores crises, em meio à barbárie na segurança pública do estado, como ciranda da morte em presídio e instalação do terror nas ruas da capital, refletindo no aumento da criminalidade.

Na última terça-feira, a Anistia Internacional considerou inaceitáveis os casos de presos decapitados nas penitenciárias e as denúncias de estupro de mulheres e irmãs de presidiários durante as visitas. A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu a investigação imediata de violência dentro de Pedrinhas. De acordo com autoridades do Maranhão, os ataques a ônibus e delegacias na última sexta-feira foram uma resposta dos criminosos às mudanças impostas pela polícia no interior do complexo penitenciário.

No dia 3, a Tropa de Choque encontrou até uma pistola calibre 380 com os presos dentro do Complexo de Pedrinhas, o epicentro da crise e de onde partem as ordens para ataques em São Luís. Também foram achados celulares e armas brancas. A ação da PM nos presídios começou no dia 27, após um ano em que as mortes no Complexo de Pedrinhas chegaram a 60, mais do que o índice dos 12 meses em várias cidades do país. Mesmo após a polícia assumir, porém, já houve outras mortes no local.