Na decisão, Almeida diz que isso ocorreu “uma vez que os constantes encontros produzidos pelos representados com os cidadãos sabarenses não se limitavam a fomentar valores como a educação e a ética, mas também a apresentar diretrizes e planos políticos e promessas futuras que envolviam, inclusive, pedidos de emprego por parte dos presentes”.
Segundo acusação do Ministério Público, além de aproveitar os eventos em escolas para discursar sobre seus feitos, William Borges fez propaganda institucional em período proibido, colocando a logomarca de governo que o identificava nos uniformes dos funcionários responsáveis pela varrição na cidade. Outra acusação é a de que Borges teria desrespeitado recomendação do MP e contratado centenas de funcionários em ano eleitoral sem concurso público.
Outra irregularidade considerada abuso de poder pela Justiça Eleitoral foi a apresentação à população das novas instalações de uma unidade de pronto atendimento (UPA) ainda não inaugurada. O juiz considerou que o ato era desnecessário “diante da impossibilidade de efetivo funcionamento da unidade naquela época para fins de prestação de serviços de saúde aos cidadãos”. Foi considerado na sentença que prefeito e vice se valeram de forte cabo eleitoral na comunidade da UPA para fazer campanha.
Para a Justiça Eleitoral, a constatação de abuso de poder não implica o sucesso da eleição. Ou seja, mesmo que Borges não tenha conseguido mais um mandato – ele perdeu para Diógenes Fantini (PMDB) –, o uso dos bens públicos para campanha gerou desequilíbrio do pleito. O ex-prefeito foi inocentado da acusação das contratações sem concurso.