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Estado de Minas

Ministério dá visibilidade, mas não garante vitória nas eleições dos estados

Levantamento feito pelo Estado de Minas nos governos FHC e Lula mostra que ocupar um ministério dá visibilidade política, mas não a certeza de vitória para cargos nos estados


postado em 13/01/2014 06:00 / atualizado em 13/01/2014 07:17

Ministros tucanos do governo FHC ganharam três disputas e perderam sete(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Ministros tucanos do governo FHC ganharam três disputas e perderam sete (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Brasília – A presidente Dilma Rousseff iniciará, em fevereiro, a troca dos ministros que concorrerão às eleições de outubro. Muitos deles disputarão a reeleição para deputado federal. Mas há aqueles que tentarão vaga nos governos estaduais, como Alexandre Padilha (Saúde), que concorrerá por São Paulo, e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), pelo Paraná. Os ministros sempre apostam que a visibilidade de suas pastas dará a eles vantagens na disputa eleitoral. Será? Levantamento feito pelo Estado de Minas comparando os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostra que há certo equilíbrio eleitoral.

Ministros do governo Lula venceram 11 e foram derrotados 10 vezes(foto: Alain Jocard)
Ministros do governo Lula venceram 11 e foram derrotados 10 vezes (foto: Alain Jocard)
A análise levou em conta as eleições para os cargos majoritários – governos estaduais, senador e prefeito. Juntando as duas derrotas de José Serra e a eleição de Dilma, o placar ficou em três vitórias e sete derrotas durante a gestão tucana e 11 vitórias ante 10 derrotas ao longo dos oito anos lulistas.

Se formos analisar o maior cargo eletivo do país, Lula pode comemorar mais intensamente que seu antecessor. Ele conseguiu eleger Dilma Rousseff presidente da República em 2010, tirando o nome dela da cartola após surpreender todos, incluindo o PMDB, ao nomeá-la ministra de Minas e Energia em 2003 e, posteriormente, chefe da Casa Civil, em substituição a José Dirceu. FHC não elegeu José Serra presidente em 2002, mesmo tendo ele sido ministro de duas pastas: Planejamento e Saúde. Quando ocupava o primeiro ministério, Serra desincompatibilizou-se para ser derrotado na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

É verdade que uma dessas derrotas tem que ser analisada com cuidado. Ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, Marina Silva rompeu com o governo do PT, deixou a legenda, filiou-se ao PV, mas perdeu a disputa pelo Planalto justamente para Dilma Rousseff, em 2010. Deve ser vice de Eduardo Campos em outubro. O próprio presidente nacional do PSB, que foi duramente alvejado pelos petistas nas redes sociais ao longo da semana, pulou de deputado federal para governador de Pernambuco após integrar o primeiro escalão do governo petista como ministro de Ciência e Tecnologia. Ele ficou no cargo de 2004 a 2006, quando se elegeu governador estadual. Acabou sendo reeleito em 2010. Só no fim do ano passado rompeu com os petistas e levou o PSB a desembarcar da administração federal.

O mesmo movimento pendular, em relação a PT e PSDB, foi feito por Iris Rezende, que foi ministro da Justiça durante o governo de FHC. Um dos nomes mais fortes do PMDB goiano, ele perdeu a disputa para o governo estadual, em 1998, para o tucano Marconi Perillo. Conseguiu eleger-se prefeito de Goiânia em 2004, ainda militando na oposição, para, em seguida, aproximar-se do PT. As relações agora estão estremecidas, já que Lula estimulou a filiação de José Batista Júnior, da Friboi, ao PMDB, para disputar o governo local contra o PSDB.

Minas Gerais também tem histórias recentes nessas questões de ministros que foram candidatos. Antonio Anastasia foi ministro interino do Trabalho de Fernando Henrique Cardoso e, em 2002, elegeu-se vice-governador de Minas Gerais, tendo Aécio Neves como cabeça de chapa. Em 2010, elegeu-se ele próprio governador, mas, como concluiu o mandato de Aécio naquele ano – quando este deixou o Palácio da Liberdade para concorrer ao Senado –, não pode disputar o governo estadual nas eleições deste ano. Tornou-se praticamente imbatível para o Senado.

Já o petista Patrus Ananias comandou por seis anos uma das principais pastas lulistas, conduzindo a maior bandeira social do PT dos últimos 10 anos: o Bolsa-Família. Considerado um dos melhores prefeitos de Belo Horizonte, não conseguiu colar em si próprio as conquistas do programa de distribuição de renda que administrava. Queria ter sido indicado por Lula para concorrer à Presidência da República, mas perdeu para Dilma Rousseff.

Não conseguiu eleger-se vice-governador de Minas em 2010 – o candidato principal era o peemedebista Hélio Costa, outro ex-ministro de Lula – e foi derrotado para a Prefeitura de Belo Horizonte em 2012. Outro petista que naufragou em Minas, mesmo tendo sido auxiliar de Lula, foi Nilmário Miranda. Ex-ministro dos Direitos Humanos, foi derrotado por Aécio em 2006.

Na Bahia, houve uma disputa pessoal entre dois ex-ministros lulistas, o petista Jaques Wagner e o peemedebista Geddel Vieira Lima. O primeiro derrotou o segundo em 2010, e este resolveu apoiar a oposição em 2014.


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