O comando peemedebista fluminense apelou, nesta segunda-feira, ao vice-presidente Michel Temer para que intervenha para ajudar a superar o impasse que ameaça transformar PT e PMDB, aliados no Rio desde 2007, em adversários na sucessão de 2014, com as respectivas candidaturas de Lindbergh Farias e Luiz Fernando Pezão a governador.
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PPS entra com ação contra PMDB por não cumprir reserva de cota para participação feminina nas propagandas PMDB quer manter comando da Integração NacionalClésio Andrade acredita que candidatura ao governo de Minas pode unir PMDBPMDB quer voltar à 'cota ministerial' do governo LulaClima está tenso no PMDB, diz presidente da Câmara Temer chama peemedebistas para reunião sobre reforma"O mais importante é o projeto nacional", destacou o vice, segundo um participante. "Em Brasília, temos o (Tadeu) Filipelli (vice-governador do Distrito Federal), que poderia ser um candidato competitivo. Mas vamos continuar com o Agnelo (Queiroz, governador, candidato à reeleição pelo PT), que, inclusive, não está bem." Outro peemedebista confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o vice-presidente se comprometeu a apresentar a reivindicação do Rio de Janeiro nas negociações com o PT para formação da coligação que disputará a reeleição para o Palácio do Planalto em 2014. Temer foi embora sem falar com jornalistas, assim como a maioria dos participantes do almoço, que designaram como porta-vozes os presidentes nacional (senador Valdir Raupp, de Rondônia) e regional (Jorge Piccini) da legenda.
Enfático, Raupp afirmou que a candidatura de Pezão é "competitiva" e "inarredável". "Isso não se discute", disse ele, repudiando, indiretamente, a proposta do presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, de fazer uma coligação PT-PMDB, com o senador Lindbergh Farias como candidato a governador e o hoje governador Sérgio Cabral Filho concorrendo ao Senado. Raupp desconversou, porém, quanto à possibilidade de o PMDB do Rio não apoiar a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição se, no Estado, os petistas não apoiarem Pezão - a ameaça tem sido feita pelos peemedebistas fluminenses. "Acho muito cedo para discutir a questão de apoiamentos", declarou.
Já o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, afirmou que, em nome da aliança, Cabral poderá abrir mão da candidatura ao Senado. "O governador, como líder do partido, colocou seu nome à disposição do partido para disputar o Senado, mas tem colocado internamente que a prioridade é vencer as eleições para governador e manter a parceria nacional entre PT e PMDB e estadual PMDB-PT", declarou. "Portanto, abre aí a possibilidade (de Cabral não concorrer ao Senado), por mais que tenha o esforço de seus companheiros de que ele não deva abrir mão."
Estiveram no almoço, além de Cabral, Pezão, Temer, Raupp e Picciani, o prefeito Eduardo Paes, o líder na Câmara, Eduardo Cunha, o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Melo, o deputado federal Leonardo Picciani, o secretário municipal de Governo, Rodrigo Bethlem, e Marco Antonio Cabral, filho do governador.