Brasília – Parlamentares que fazem oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff classificaram a gestão de omissa em relação à investigação interna produzida contra Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, indicada ao cargo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como o Estado de Minas mostrou ontem, o Ministério Público Federal (MPF) investiga a Casa Civil por suposta manipulação do processo que apurou o envolvimento da servidora em esquema de corrupção e tráfico de influência.
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Casa Civil está na mira do Ministério Público FederalGleisi Hoffmann quer sair da Casa Civil em janeiroO senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ressaltou que o MPF reage “ao conjunto da obra”. Para o tucano, há uma conivência do governo com os escândalos. “Houve aquela faxina que a Dilma fez, mas, quando chegam perto de verdade do governo as coisas não são investigadas”, salientou. O senador Agripino Maia (RN), líder do DEM no Senado, declarou que o MPF está traduzindo a indignação do país. “Eles (o governo federal) instauraram um processo interno e ofereceram uma conclusão muito leve. Houve um entendimento entre a estrutura do atual governo e aqueles que faziam o gabinete civil de Lula”, declarou.
A Secretaria-Geral da Presidência negou que tenha se omitido nas investigações sobre a conduta da ex-funcionária do gabinete do Planalto em São Paulo. A assessoria de comunicação da pasta, depois de a atribuição sobre apurações ter sido delegada à Casa Civil, comunicou que o órgão instaurou “procedimento de acompanhamento”. “A sindicância (da Casa Civil) encontrou elementos fáticos que ensejaram a instalação de procedimento administrativo disciplinar (PAD), que foi realizado no âmbito da CGU e resultou na destituição da servidora Rosemary Noronha, pena máxima em processos dessa natureza”, concluiu o órgão.
Braço direito de Lula durante os seus dois governos (2003-2010), Rose se complicou depois de a Polícia Federal apontar a participação dela em suposto esquema de venda de pareceres técnicos do governo a empresas privadas. O inquérito sobre as investigações do governo federal a respeito de Rose foi aberto em 18 de dezembro e tem prazo de um ano, prorrogável por mais um, para ser concluído.