O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Silveira (PSD), descartou a possibilidade de disputar uma vaga no Senado em aliança com o ministro Fernando Pimentel (PT), pré-candidato ao governo de Minas. Segundo Silveira, a candidatura teria sido oferecida pelo PT em troca de apoio do PSD à eleição de Pimentel, mas parte da bancada pessedista em Minas Gerais defende que o partido ponha suas fichas na eleição do ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB), provável candidato tucano ao governo estadual. “O que o ministro Pimentel nos ofertou é um presente de grego, que não atende aos interesses do partido, já que, caso o governador (Antonio) Anastasia dispute as eleições, ele terá amplo favoritismo. Tenho confiança de que o PSD caminhará junto para que Minas continue com uma gestão eficiente”, afirmou o secretário.
Empossado nessa quarta-feira por Anastasia, Silveira não garantiu que permanecerá no cargo até o fim do ano, podendo deixar a Secretaria da Saúde daqui a apenas dois meses para se lançar candidato a deputado federal ou à vaga de suplente de Anastasia. A decisão deve ser tomada somente em abril, prazo final para que candidatos se desincompatibilizem dos cargos no Executivo. “Para as eleições, ainda teremos muitas especulações e temos um prazo convencional para isso (a saída do cargo). Claro que o tabuleiro vai sendo montado e essa conjectura da suplência surge pela musculatura do partido”, avaliou.
O secretário admitiu que há divergências internas dentro do partido. Parte dos parlamentares defendem uma aliança de apoio ao candidato que será indicado pelo PSDB ao Palácio da Liberdade, enquanto outra prefere estar ao lado do ministro Fernando Pimentel. “Alguns querem acompanhar o outro lado, que é do governo federal. Eu vejo que a maioria defende a continuidade do projeto implementado por Aécio Neves (PSDB) em 2003 e que teve continuidade com o governador Anastasia”, disse Silveira. No cenário nacional, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, já oficializou o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
O curto prazo para conseguir recursos do governo federal em ano eleitoral foi uma das preocupações apontadas por Silveira logo depois da cerimônia de posse na Saúde. “É um período muito sensível. Ao mesmo tempo em que pode haver percalços por causa de questões jurídicas – algumas entidades prestadoras de serviço ficam impedidas de receber recursos –, afloram as necessidades da população, e parlamentares trazem demandas do interior. Espero dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito na área da Saúde em Minas”, disse Silveira.
Ao ser questionado sobre o fato de ter ingressado na carreira pública como delegado de polícia, atividade que não tem relação com o setor da saúde, Silveira afirmou que já atuou em outras áreas da administração pública e que sua experiência e a manutenção da atual equipe da secretaria permitirão que as ações do governo estadual tenham andamento. “Quando fui para o Dnit, também questionaram como um delegado dirigiria um órgão responsável por rodovias. Saí de lá reconhecido por ter feito um bom trabalho”, disse o secretário.