Brasília - Ao mesmo tempo que alega dificuldades financeiras que o levaram a fazer uma “vaquinha na internet” para pagar a multa pela condenação no processo do mensalão, o ex-deputado José Genoino (PT) acaba de alugar por R$ 4 mil mensais uma casa de 450 metros quadrados em área de classe média alta de Brasília, onde passou a cumprir prisão domiciliar. Há três semanas, o ex-deputado e sua mulher ocupam o imóvel de três suítes.
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Desde dezembro, o ex-deputado recebe aposentadoria de R$ 20.004,16 brutos da Câmara por ter exercido mandato parlamentar por 24 anos e 6 dias. Na última semana, a família de Genoino iniciou uma campanha para arrecadar R$ 667 mil, valor da multa a que foi condenado, além da prisão de 6 anos e 11 meses. Na época do mensalão, o ex-deputado era presidente nacional do PT e assinou contratos considerados fraudulentos. “Genoino não tem patrimônio para arcar com tal despesa”, justificou a família.
Domicílio
Genoino alugou o imóvel em Brasília após o Supremo Tribunal Federal negar seu pedido para cumprir a prisão domiciliar em São Paulo, onde tem casa própria. Na ocasião, o advogado Luiz Fernando Pacheco alegou que, ao contrário do que havia sido noticiado, o ex-deputado não estava na casa de uma filha por ser “muito modesta e de apenas um cômodo”. Trata-se de um apartamento duplex, numa cidade-satélite afastada da região central. Genoino, afirmou o advogado, estava “de favor” na casa de um “generoso contraparente”.
O 'Estado' esteve no condomínio. Uma mulher pediu que a segurança fosse acionada para que os repórteres fossem retirados do local, o que não foi atendido. Vizinhos disseram haver muita movimentação de carros.
O advogado de Genoino afirmou que seu cliente entendeu “que seria um abuso” ficar na casa do sogro da filha. Ele disse não saber quem paga o aluguel da nova casa. “Questionei na Justiça os cálculos e o valor da multa imposta a Genoino. Pelas contas da defesa, o valor seria de R$ 380 mil.”
A Vara de Execuções Penais (VEP) informou que um condenado poderia mudar de endereço no cumprimento da prisão domiciliar, mas isso precisaria ser autorizado pelo juiz.