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Depoimentos do cartel de SP são encaminhados à PGRPartidos vão ignorar mensalão e cartel durante eleiçõesPartidos vão ignorar mensalão e cartel durante eleiçõesInquérito que investiga cartel em São Paulo será desmembradoConselho nega recurso de multinacionais do cartelFernando Henrique Cardoso afirma que PSDB não tem elo com cartelPromotores paulistas querem acordo com cartelHá indício de propina no caso do cartel em SP, diz JanotSiemens mandou Rheinheimer à Alemanha para obter provasDiretor de estatal que citou propina ao depor é demitido“O depoente não tomou conhecimento de nenhum relatório de serviço de consultoria prestado pelas referidas empresas de Teixeira. Também causou estranheza ao depoente o fato de que a consultoria deve envolver assuntos técnicos e o depoente, na condição de técnico, não se recorda de ter tido conhecimento de relatórios técnicos de consultoria destas empresas”, anotaram os investigadores a respeito do depoimento prestado no ano passado.
Teixeira foi indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, crime financeiro e quadrilha. Também foi indiciado por lavagem na Suíça. Gölitz, que em 2011 saiu da divisão de transportes e foi convidado para trabalhar no setor de compliance - área que disciplina os padrões internos de conduta - é o único dos seis executivos que assinaram o acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a permanecer na Siemens.
O engenheiro afirmou que lhe causaram estranheza informações constantes em uma nota fiscal emitida pela MGE Transportes para a Siemens - autoridades apontam que a MGE, subcontratada pela Siemens em projetos de metrô e trens, era outra rota da propina paga pela multinacional alemã a autoridades brasileiras.
Ao ser confrontado com as notas, cujo serviço descrito era de “treinamento, atualização contínua e despesas de administração”, disse que as descrições “não parecem corretas”, uma vez que o serviço para o qual a MGE havia sido subcontratada era o de “manutenção dos trens da série 3000 da CPTM”.
O criminalista Eduardo Carnelós, que defende o consultor Arthur Teixeira, reagiu ao depoimento. “Me causa espécie que uma pessoa (Gölitz) que ocupou cargo tão elevado numa empresa multinacional demonstre desconhecer que a atividade de consultoria não se expressa necessariamente por meio de relatórios escritos.”
Carnelós afirma que Teixeira “já explicou que, em muitas oportunidades, participou de reuniões para intermediar conflitos e que isso não era objeto de relatório”. “Além disso, na Polícia Federal ele (Gölitz) foi taxativo ao declarar que o sr. Arthur não teve participação no suposto cartel.”
A Siemens não comentou “por questões de confidencialidade”. A MGE informou que soube “de uma investigação das autoridades governamentais do Brasil sobre a indústria ferroviária”. “A investigação está em andamento, não temos comentários neste momento.”