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Estado de Minas

Aécio e Alckmin discutem quadro de coligações do PSDB nos estados

Pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, e o governador de São Paulo avaliaram também a economia do país


postado em 17/01/2014 06:00 / atualizado em 17/01/2014 07:18

Aécio e Alckmin se reuniram na sede do governo paulista: polêmicas com o PSB fora da pauta (foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO)
Aécio e Alckmin se reuniram na sede do governo paulista: polêmicas com o PSB fora da pauta (foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO)

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência da República, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), discutiram nessa quinta-feira o quadro de alianças da legenda para as próximas eleições. Os dois principais líderes tucanos almoçaram juntos no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e no cardápio, elaborado pelo mineiro, foi apresentada uma “radiografia das alianças”. “Eu ouvi o governador sobre muitos deles (estados) e todas essas decisões passarão sempre por essa consulta”, afirmou Aécio. Ele destacou ainda a experiência de Alckmin como governador e também como ex-candidato a presidente. “Estamos selando aqui, na minha avaliação, o que é essencial para vencermos as eleições, que é a unidade do PSDB”, disse o senador mineiro e presidente nacional do partido.

Segundo Aécio, a conversa serviu para fazer uma análise “das preocupações de muitos brasileiros” com a economia, que sofre com o “o recrudescimento da inflação, a perda da credibilidade, que afeta investimentos importantes para termos empregos de melhor qualidade”. “Foi uma boa conversa sobre as preocupações com as políticas econômicas”, avaliou o governador paulista.

Ao apresentar a radiografia das alianças, o senador mineiro voltou a afirmar que o partido estará competitivo em muitos estados, “com o maior número de candidaturas próprias do que qualquer outro”. “Estaremos disputando com candidaturas próprias ou coligações em 20 estados”, garantiu. Aécio afirmou, porém, que a campanha eleitoral só vai começar para valer em julho. "As alianças, os entendimentos, a formação de chapa, tudo isso virá com naturalidade no tempo certo, mas campanha para valer no Brasil só depois da Copa do Mundo”, disse.

Apesar do clima de cordialidade, pelo menos um tema não foi bem digerido: o impasse da aliança do PSDB com o PSB, que pretende lançar a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República, tendo como vice Marina Silva. A ex-ministra do Meio Ambiente quer que o PSB rompa a aliança pela reeleição de Geraldo Alckmin. “Não existe nem candidato”, desconversou o governador, que foi socorrido pelo tucano mineiro: “Onde existe impasse, a palavra do governador será sempre extremamente importante”.

Aécio Neves também evitou polêmicas sobre o tema. Ele se recusou a rebater as críticas feitas pelo vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, que afirmou que o tucano “perdeu a oportunidade de ficar calado” ao dizer que é o PSB que tem mais a perder se não se aliar ao PSDB. “Não vou responder ao Roberto Amaral. Eu o conheço muito pouco para isso”, disse Aécio. Na visão do senador mineiro, as declarações de Amaral não estremeceram a relação entre os partidos. “A minha interlocução com o PSB é feita prioritariamente com o presidente do partido”, disse, referindo-se a Campos, seu provável adversário nas eleições.

O tucano reforçou ainda que sua relação com o pernambucano “é antiga e precede as candidaturas e é natural”. “Repito: acredito nas coisas naturais na política”, afirmou. Segundo Aécio, foi o PT que introduziu “algo perverso na política”, de tratar adversários como inimigos. “Não acho que quem está em outro campo só tenha defeitos nem que alguém só por ser aliado só tenha virtudes”, cutucou. O tucano voltou a dizer que acha a candidatura de Campos “saudável”. “Queremos um debate plural.”

Programa de governo

O governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), vai coordenar o programa de governo de Aécio Neves, durante a campanha eleitoral. Anastasia já vem participando das discussões e montagem do plano de governo, ao lado de integrantes da Executiva Nacional do partido. As conversas têm ocorrido desde o ano passado. Ele fez parte da equipe que auxiliou o senador na elaboração das 12 propostas apresentadas em dezembro e que vão servir de base para as propostas para o país, caso Aécio seja eleito. Além do governador, o senador confirmou outros dois nomes de sua equipe de campanha: o do ex-deputado Xico Graziano, que vai coordenar as ações na internet, e o da sua irmã, Andréa Neves.

SEGURANÇA O senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato dos tucanos à Presidência da República, criticou ontem a política de segurança pública do governo federal. Ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), o mineiro disse que o governo Dilma Rousseff (PT) “empurra para os ombros dos estados” os problemas da área, numa postura “absolutamente irresponsável”. Sem fazer menção direta ao caso da rebelião no presídio de Pedrinhas (MA), que culminou com dezenas de mortes, Aécio disse que o governo não investe o que deveria em segurança prisional e que 87% dos gastos com a área saem dos cofres de estados e municípios.


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