Dilma Rousseff e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, vão se reunir em Zurique, na semana que vem, na esperança de colocar um ponto final em todas as crises entre o governo e a entidade e, além disso, montar um esquema de trabalho para garantir que todas as obras estejam concluídas a tempo para a Copa do Mundo, que começará em menos de cinco meses.
A agenda do encontro deve ser marcada por pelo menos dois grandes assuntos: as obras de infraestrutura e o compromisso entre o governo e a Fifa de trabalhar juntos para impedir que os protestos que provavelmente ocorrerão durante as semanas da Copa acabem afetando os jogos do Mundial.
Na Fifa, o temor em relação aos protestos já chega a ser maior até mesmo do que a preocupação com os estádios. Blatter quer garantias de que o governo vai colocar nas ruas um dispositivo de segurança suficiente para impedir que a Copa seja afetada pelas manifestações de protesto.
Pacificação
O encontro de quinta também vai ser usado tanto pelo governo quanto pela Fifa para dar uma mensagem à comunidade internacional, aos patrocinadores do evento e também aos torcedores de que não existem diferentes entre a entidade e as autoridades, ainda que nos bastidores o mal-estar seja bastante nítido.
Há duas semanas, Blatter criticou abertamente a preparação do Brasil para a Copa do Mundo, afirmando que nunca havia visto um País tão atrasado nas obras. Uma semana depois, foi a vez de o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, alertar que não haverá tempo suficiente para testar os estádios de maneira adequada. Seis deles vão ser entregues fora do prazo estabelecido pela entidade.
À reportagem, o mandachuva da Fifa disse nesta semana que “passou a bola” para Dilma e que ficou “muito satisfeito” ao notar que as autoridades brasileiras entenderam o recado.
Outro aspecto que a Fifa deverá usar para mostrar que não existem riscos para a Copa no Brasil é a venda de ingressos. No total, os pedidos de entradas já superam a marca de nove milhões. Com mais quase um mês de vendas pela frente, a expectativa da entidade é que a marca de 10 milhões de solicitações de ingressos seja alcançada, algo inédito na história das Copas do Mundo.