A nova visita da presidente Dilma Rousseff (PT) a Minas Gerais, nesta sexta-feira, causou a reação do PSDB no estado. Em coletiva na tarde de hoje, parlamentares do partido afirmaram que o anúncio dos recursos, feito pela presidente, já ocorreu em momentos anteriores. “São os mesmos que ela prometeu no ano passado e ela vem agora anunciando como grande PAC do governo”, disse o líder do PSDB na Assembleia, Lafayete Andrada. Em cerimônia na Serraria Souza Pinto, no Centro de Belo Horizonte, a presidente garantiu a liberação de R$ 2,5 bilhões para mobilidade urbana na capital, entre os repasses para obras destinadas ao metrô. Além de Andrada, participaram do ato os deputados Célio Moreira, Rômulo Viegas e Vander Borges.
Ainda segundo Andrada, a atitude da presidente “é demagógica”, já que nem mesmo a liberação de verbas para a elaboração do projeto ocorreu. “Há cerca de dois anos, em uma das vezes que ela anunciou esses recursos, a presidente disse que estaria repassando para o governo de Minas - juntamente com a prefeitura [de Belo Horizonte] - verba para elaborar o projeto da ampliação do metrô. Nem esse recurso para fazer o projeto ela enviou.”, reclamou. Ainda conforme o tucano, o descaso vem desde o primeiro governo do ex-presidente Lula, que teria tratado como prioridade a ampliação do transporte por trem na capital.
Os parlamentares afirmaram que as últimas obras feitas no metrô da capital ocorreram na gestão tucana. “O que existe do metrô em Belo Horizonte hoje, cerca de 30 km, foi feito pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. De lá pra cá, nem um metro, nem um centímetro”, afirmou.
Em coro, os deputados tucanos não pouparam a gestão do PT no governo federal e compararam a quantidade de verbas empanhadas em Minas às destinadas a outros estados. Segundo os deputados, Minas recebeu apenas R$ 2 milhões, enquanto outros receberam mais. Os parlamentares apresentaram uma tabela que mostra que, ao Rio Grande do Sul, foi repassado R$ 685 milhões. O Ceará ficou com R$ 222 milhões e a Bahia levou R$ 164 milhões. “Fala que vai liberar e não libera nada. E não vai fazer a duplicação da BR-381, não vai fazer o metrô e não vai liberar os recursos para o Anel”, atacou o deputado Célio Moreira. Sobre a BR-381, os tucanos afirmaram que apenas 25% do que havia sido prometido será realizado e que trechos significativos estariam de fora.
Investimentos
Durante o evento, a prefeitura de Belo Horizonte e a Caixa Econômica Federal assinam um contrato de financiamento público do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Grandes Cidades no valor de R$ 140,4 milhões, sendo R$ 128 milhões de financiamento e R$ 12 milhões de contrapartida. Os outros dois contratos também assinados são para financiar a contrapartida da prefeitura nas obras de mobilidade urbana, encostas, pavimentação e drenagem.
O governo federal contabiliza investimentos de aproximadamente R$ 93 bilhões em mobilidade urbana no país que, somados aos R$ 50 bilhões para novos empreendimentos, totalizam cerca de R$ 143 bilhões de recursos para obras no setor. Deste total, R$ 5,41 bilhões são em obras de mobilidade urbana do PAC em 19 empreendimentos no estado de Minas Gerais, além dos R$ 2,55 bilhões anunciados hoje pela presidenta. Os recursos são R$ 1,21 bilhão do OGU, R$ 2,43 bilhões de financiamento público com juros subsidiados, R$ 1,2 bilhão de participação do setor privado (inclusive financiamentos) e R$ 600 milhões de contrapartida do estado e do município.