O PT vai lançar a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do Estado do Rio com uma grande mobilização da militância em fevereiro, antes de deixar o governo Sérgio Cabral (PMDB). Por determinação do comando nacional petista, o diretório estadual aprovará nesta sexta-feira, 17, a entrega dos cargos somente em março, quando Cabral encerrará o segundo mandato e dará lugar ao vice-governador e pré-candidato do PMDB ao Palácio Guanabara, Luiz Fernando Pezão. Segundo o presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, o diretório regional aprovará a resolução com a ressalva de que "a relação do partido com o governo Cabral está politicamente esgotada".
O PT fluminense briga desde novembro pela saída do governo Cabral, onde ocupa duas secretarias - de Assistência Social e Direitos Humanos e do Ambiente - e cerca de 150 cargos comissionados. No entanto, o desembarque petista tem sido adiado pelo comando nacional da legenda, com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Amigo do governador do Rio, Lula argumenta que o rompimento com Cabral, importante aliado de Dilma Rousseff no Estado, pode ser prejudicial para a reeleição da presidente.
A briga entre o PT e o PMDB do Rio se arrasta desde o ano passado. O PMDB ameaça não apoiar a reeleição de Dilma se Lindbergh não desistir da disputa. O PT nacional, embora empurre a saída do governo estadual para o fim da gestão Cabral, garante que a candidatura do senador petista está consolidada. Na semana passada, Quaquá ofereceu ao PMDB a candidatura ao Senado na chapa de Lindbergh. Os peemedebistas recusaram e responderam na mesma moeda: disseram que Cabral estaria disposto a abrir mão da candidatura ao Senado em nome da manutenção da aliança PMDB-PT em apoio a Pezão. "Nós oferecemos o Senado e eles não aceitaram. A patente desta proposta é nossa", reage Quaquá.
O presidente do PT-RJ diz que o vai intensificar o diálogo com os recém fundados SDD e PROS e com PC do B, PDT e PSD. Quaquá promete para fevereiro um grande evento de lançamento da candidatura de Lindbergh. " Vai ser uma agitação, coisa para muita gente. Vamos botar nosso bloco na rua", diz Quaquá.
O coordenador do programa de governo de Lindbergh, deputado Jorge Bittar, diz que não vale a pena enfrentar o diretório nacional no momento em que estão em curso entendimentos para a reeleição da presidente e mudanças no ministério. "Um sacrifício inaceitável seria renunciar à candidatura de Lindbergh. Mas o diretório vai ratificar a pré-candidatura e não haverá insegurança para os partidos com quem estamos conversando. Aceitamos os argumentos do diretório nacional. Em março, não vamos sair do governo em uma posição de confronto, mas mostrando que queremos dar um passo à frente nas políticas públicas do Estado", diz Bittar.