Três deputados estaduais do PSDB e um do PSB manifestaram repúdio às promessas feitas pela presidente Dilma Rousseff (PT) em visita a Belo Horizonte, nessa sexta-feira. Os tucanos e o socialista abusaram de adjetivos e palavras fortes para reclamar, principalmente, do que eles consideram a repetição de promessas para a ampliação do metrô na capital mineira feita pela petista. Em entrevista coletiva na sede do PSDB, poucas horas depois de Dilma deixar a cidade, eles também se queixaram da presidente estar fazendo campanha eleitoral.
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Dilma abre agenda em BH e vai anunciar liberação de recursos para o PACPresidente Dilma perde batalha contra os juros altos e não cumpre promessaPlano de Dilma para evitar rebeliões esbarra no caos penitenciárioDilma anuncia em BH recursos para metrô e obras viárias Dilma e Lula devem se encontrar hoje para discutir a reforma ministerialEm visita oficial a BH, presidente anuncia recursos para obras de mobilidadeOs tucanos prepararam uma tabela comparando os investimentos do governo federal nos últimos três anos em recursos empenhados para construção e ampliação do metrô em cinco estados: Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco e Bahia. O estado que mais recebeu repasses, segundo o levantamento do PSDB, foi o Rio Grande do Sul, comandado pelo petista Tarso Genro (PT): R$ 685,4 milhões. Minas recebeu apenas R$ 2 milhões, sendo o menos beneficiado.
“Na véspera da eleição sempre prometem que vão liberar recursos que não serão liberados. É promessa de campanha para deixar o sucessor pagar”, atacou o deputado estadual Célio Moreira (PSDB-MG). Para ele, a estratégia da presidente Dilma é de “sempre bater na mentira para virar verdade”. O deputado afirma, porém, que não é possível “enganar o povo para sempre”.
“Enquanto o metrô de diversas cidades está pronto graças a recursos do governo do PT, a expansão do metrô de Minas não saiu do papel durante 12 anos. Apesar disso, a presidente chegou ao cúmulo de zombar dos mineiros, organizando solenidade para anunciar a liberação apenas de recursos para fazer o projeto. Até hoje, nem os recursos anunciados para o projeto foram enviados”, informa o texto distribuído na sede do PSDB.
Para o deputado estadual Rômulo Viegas (PSDB) o governo federal trata os estados e municípios como vassalos. “Estão instalando o feudalismo no país”, afirma o deputado. O modo de produção feudal, ao qual o deputado se refere, antecedeu o capitalismo na Europa e era baseado na relação entre suseranos e vassalos. Os suseranos doavam a terra para os vassalos e tinham assim a gratidão destes, que deviam prestar serviços militares. Tudo abençoado pela Igreja Católica, entidade mais poderosa da Idade Média.
O deputado Wander Borges (PSB) avalia que o governo federal precisa entender que está errando. O socialista disse que a União deveria destinar mais recursos para a segurança pública e que a responsabilidade dessa área não deve ficar somente com os governos estaduais.
Além dos ataques verbais, os deputados ostentavam uma folha com o título “Pega na mentira”, onde uma linha do tempo mostra, desde o início do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003, até os dias atuais, seis promessas feitas por ele e por Dilma que não foram cumpridas.