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Renan Calheiros paga por voo em avião da FAB após polêmicaAécio acusa Renan de segurar pedidos de informaçãoSenado demite 'ficha-suja' do gabinete de RenanRenan defende nomeação de funcionários apadrinhados'Deixei Senado por ter falado demais', admite Jader BarbalhoCondenado a ressarcir cofres públicos, Jader Barbalho recorre de decisãoJader Barbalho é condenado a devolver R$ 2,2 mi à UniãoDilma se reúne com Jader Barbalho em BelémO parlamentar, assim como o presidente do Senado, Renan Calheiros, estão com a cadeira garantida até janeiro de 2019. Sem a obrigação de enfrentar as urnas, Renan articula para emplacar o filho no governo do estado. O deputado Renan Filho (PMDB-AL) não descarta entrar na jogada, mas ressalta que ainda não há definição. “A eleição ainda está muito longe. A prioridade é do senador. Eu poderia ser candidato, caso ele não fosse. O partido ainda está discutindo e vai avaliar a melhor conjuntura”, explica. O deputado, entretanto, destaca que Renan é uma figura diferenciada. “Ele é um personagem nacional, a circunstância dele é diferente, mas é uma escolha que cabe a ele”, minimiza.
No fim do mês passado, o senador protagonizou outro escândalo. Foi flagrado em um hospital em Recife para fazer um procedimento estético. O problema é que ele usou um avião da Força Aérea Brasileira para se deslocar entre Brasília e Recife para realizar cirurgia de implante capilar. Duas semanas após o tratamento, Renan teve que devolver R$ 27.390,25 aos cofres públicos pelo voo. A promessa do PMDB é bater o martelo sobre a decisão de quem deve concorrer ao governo do estado em março.
A aproximação do fim do mandato do senador José Sarney (PMDB-AP) é o principal combustível para a candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, ao Senado. Apesar de estar no centro de uma crise política no estado, devido a situação do sistema penitenciário do estado (leia mais na página 7), a principal herdeira da carreira dos Sarneys não deve desistir da política. Aliado de Roseana, o deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA) não condena a decisão da governadora. “Essa não é uma regra. Tem muito filho de político que não gosta de seguir o mesmo caminho, já outros veem como uma possibilidade", afirma. O deputado, entretanto, enfatiza que essa é uma questão pessoal.
O professor da Universidade de Brasília (UnB) João Paulo Peixoto ressalta que a hereditariedade de transferência de votos é uma das principais características do sistema político brasileiro. Segundo ele, o país convive com esses artifícios há várias décadas. “Embora tenha havido tentativas para quebrar esse ciclo, a estrutura oligárquica continua muito forte”, alerta. Na avaliação do professor, um dos pilares de sustentação da transferência de votos é a estrutura dos partidos políticos. A semelhança com outros setores da sociedade, como a economia e a desigualdade social, faz com que a organização do poder se mantenha. “Os grupos econômicos dominantes também não mudam muito. Esse panorama é generalizado. A mesma coisa acontece com a suplência de senadores, que colocam os filhos, mulheres. Isso atenua o desgaste e ele ainda emplaca a parentada”, pontua.
QUEM É QUEM
Deputado federal mais votado de Alagoas no último pleito, Renan Filho entrou para a política como uma sombra do pai. Mais velho da prole do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da artista plástica Maria Verônica, Renanzinho, como é conhecido, começou a trabalhar e a acompanhar o trabalho do pai em 2003. Só em 2005, entretanto, ingressou de fato no ramo, ao se eleger prefeito de Murici. Em 2008, acabou reeleito e, em 2012, entrou para a Câmara dos Deputados. Ele é acusado de envolvimento em um esquema de compra de emissoras de rádio.
Filho do senador peemedebista Jader Barbalho e da deputada federal Elcione Therezinha Zahluth, Helder seguiu os passos dos pais logo cedo. Com 18 anos se filiou ao PMDB e entrou para a militância do movimento estudantil do partido. No ano seguinte, se formou em administração e aos 21 anos concorreu ao primeiro cargo eletivo. A herança política o fez o vereador mais votado do município de Ananindeua. Antes de concluir o mandato de vereador, elegeu-se deputado estadual. Em 2005, com 25 anos, assumiu a Prefeitura de Ananindeua. Ao fim do mandato, acabou reeleito.
Herdeira política do ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP), Roseana conseguiu traçar uma carreira política calçada no peso do sobrenome. A trajetória da atual governadora do Maranhão começou em 1990, quando concorreu à Câmara dos Deputados e se elegeu pelo antigo PFL. No pleito seguinte, foi eleita governadora. Reelegeu-se em 1998. Em meio a escândalos, ela renunciou para concorrer à Presidência, depois teve uma curta passagem pelo Senado e acabou eleita novamente governadora do Maranhão. Embora esteja no centro de uma crise no estado, a governadora é a única do clã, que inclui o deputado federal Sarney Filho e o empresário Fernando Sarney, que conseguiu se descolar da imagem do pai.