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Alckmin anuncia metas para a segurança públicaAlckmin vai antecipar reforma do secretariadoO Estado revelou nessa sexta-feira o conteúdo do depoimento prestado por Chiaradia em 14 de novembro. Ele disse à PF ter ouvido de pessoas do setor metroferroviário relatos sobre pagamento de propina a agentes públicos. Diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) de 1999 a 2002, Chiaradia afirmou aos policiais que o consultor Arthur Teixeira era apontado como intermediador das empresas do cartel e responsável por pagar as propinas.
Chiaradia ocupava um cargo de direção no DAEE, autarquia do governo paulista, e foi exonerado no dia 20 de dezembro. Ao Estado o DAEE afirmou anteontem (16) que demitiu o diretor pelo fato de ele estar sendo investigado. Chiaradia foi um dos signatários de um dos três contratos da CPTM que a Siemens denunciou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - a empresa alemã admitiu os acertos prévios em licitações para tentar reduzir futuras sanções. Há mais três contratos sob suspeita, nos metrôs de São Paulo e de Brasília. Chiaradia, no entanto, não foi indiciado porque a Polícia Federal não encontrou problemas em suas movimentações financeiras.
A Polícia Federal tem em mãos três depoimentos que citam propina. Além do relato de Chiaradia, a PF ouviu do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer que a propina era paga para diretores de estatais e políticos - três deles secretários de Alckmin que ainda permanecem no cargo. O outro depoimento que cita propina foi do diretor da Siemens Mark Gough - ele diz que o comando da empresa na Alemanha desconfiava de corrupção.
O inquérito dos trens, aberto em 2008, está no Supremo Tribunal Federal - os secretários tucanos Edson Aparecido (Casa Civil) e José Aníbal (Energia), além de Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico), do DEM, são deputados licenciados e têm foro privilegiado.
Prejuízos
Alckmin afirmou que ainda não é possível definir o tamanho do prejuízo sofrido pelo Estado em consequência da atuação do suposto cartel.
O governo estadual entrou com uma ação na Justiça na qual pede ressarcimento das empresas do cartel por eventuais danos ao Estado. A ação, porém, está parada porque a Justiça diz que nada pode fazer sem ter em mãos os valores que teriam sido pagos a mais.