Brasília – Todos os envolvidos num esquema que desviou R$ 73 milhões do jogo lotérico da Mega-Sena, da Caixa Econômica Federal (CEF), poderão responder pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 29 anos de prisão. A Operação Éskhara foi deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF) em três estados – Goiás, Maranhão e São Paulo – para desbaratar a quadrilha envolvida no golpe. As investigações vão continuar, pois há a possibilidade de existirem outros fraudadores envolvidos no esquema. O banco relatou à PF que se trata da maior fraude já sofrida em toda a sua história.
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PF prende suplente de deputado federal suspeito de participar de desvio na CaixaPolícia faz busca e apreensão em três estados por causa do golpe da Mega SenaMODUS OPERANDI O gerente-geral da agência de Tocantinópolis é suspeito de envolvimento no crime e teve a prisão preventiva decretada. A conta foi aberta em 5 de dezembro, de acordo com o delegado da PF Omar Afonso de Ganter Pelow, em Araguaína. A autorização para a abertura da conta foi do gerente-geral da agência, Robson Pereira do Nascimento, que usou sua senha para retirar o valor da conta interna da instituição de pagamento de prêmios. Logo depois de a conta ter sido aberta, foram feitas transferências de R$ 40 milhões para uma conta em São Paulo e R$ 33 milhões para outra em Goiás. A partir daí, passaram a ser feitas várias transferências de valores mais baixos, inclusive para outros bancos, para permitir o saque dos valores.
Pelow afirmou que todos os gerentes de agência da CEF podem movimentar a conta da Mega-Sena, mas o procedimento correto é que a validação do bilhete seja feita antes que o dinheiro seja colocado na conta do premiado. Nascimento, segundo ele, não fez isso. Cobrado pela instituição, alegou que tinha mandado o bilhete e a documentação do ganhador pelo malote. Em seguida, como estava em férias, passou a dizer que estava em viagem pelo Ceará e verificaria o que ocorreu quando retornasse ao trabalho. A Caixa já bloqueou as contas e recuperou cerca de 70% do dinheiro desviado.
Policiais federais do Tocantins, de Goiás, do Maranhão e de São Paulo participaram da operação; ao todo, há mais de 65 agentes envolvidos. A PF trabalhou em parceria com o Ministério Público do Tocantins e não havia a intenção de deflagrar a operação ontem, mas ela precisou ser antecipada para evitar vazamento de informação. A CEF divulgou nota informando que foi o banco que comunicou a polícia sobre a fraude. “Em relação à Operação Éskhara da Polícia Federal, a Caixa Econômica Federal informa que acionou a polícia logo que constatou a fraude. O banco continua acompanhando o caso e está à disposição da PF para colaborar com as investigações.”