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Estado de Minas

Discurso de Obama é o primeiro passo para o diálogo, avalia governo Dilma

Porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, disse que o governo brasileiro analisou "detidamente" o anúncio de Obama sobre mudanças nos serviços de vigilância virtual


postado em 20/01/2014 00:12 / atualizado em 20/01/2014 07:30

Brasília – Após dois dias de silêncio, o Palácio do Planalto se pronunciou oficialmente nesse domingo sobre o discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que anunciou na sexta-feira mudanças nos serviços de inteligência americanos, inclusive com a promessa de que não vai mais monitorar comunicações de chefes de Estado e governos aliados. Segundo o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, o governo brasileiro analisou “detidamente” o anúncio de Obama sobre mudanças nos serviços de vigilância virtual.

A sinalização da Casa Branca serviu como resposta às revelações do ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden de que os EUA monitoraram uma série de dirigentes estrangeiros, entre eles a presidente Dilma Rousseff e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. A Petrobras e o Ministério de Minas e Energia também teriam sido os alvos da espionagem norte-americana.

Na sexta-feira, poucas horas após o discurso de Obama, um porta-voz do governo alemão disse que a mensagem do presidente americano sobre o fim da espionagem a líderes foi “bem recebida no país”. Mas o governo alemão disse que vai continuar pressionando por um acordo abrangente de “não espionagem” com Washington.

De acordo com o porta-voz da Presidência da República, o discurso de Barack Obama “é um primeiro passo” e o governo brasileiro “vai acompanhar com extrema atenção os desdobramentos práticos do discurso”. As revelações de Snowden fizeram Dilma cancelar a visita de Estado que faria a Washington em outubro. Após o episódio, a presidente acabou escolhendo comprar caças da Suécia, em detrimento da oferta da norte-americana Boeing, considerada uma das favoritas – a francesa Dassault também estava na disputa.

CRÍTICAS Durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, a presidente fez um duro discurso com críticas à espionagem norte-americana, classificando-a como “violação de direitos humanos”. “Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania. Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos e civis fundamentais dos cidadãos de outro país”, afirmou Dilma, na época.

Obama anunciou na sexta-feira um série de mudanças nas regras de vigilância virtual por seu país, como a determinação de que as agências de espionagem dos EUA deixarão de manter registros de gravações telefônicas dos americanos e a criação de uma defensoria pública para casos determinados. A Casa Branca também quer medidas de proteção de privacidade para estrangeiros, que não deverão ser alvo de vigilância pelos EUA, “salvo de houver motivo de segurança nacional”.

ENCONTRO COM LULA


A presidente Dilma Rousseff deve reunir-se hoje com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acelerar as estratégias para a reforma ministerial. Na semana passada, Dilma atritou-se com o PMDB e os caciques peemedebistas recorreram ao ex-presidente. Lula é considerado fundamental para equacionar os atritos entre os petistas e peemedebistas nos estados.

 


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