A presidente Dilma Rousseff deve reunir-se hoje com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acelerar as estratégias para a reforma ministerial. Na semana passada, Dilma atritou-se com o PMDB e os caciques peemedebistas recorreram ao ex-presidente. Lula também tornou-se padrinho do provável futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro. Secretário de Saúde de São Bernardo do Campo (SP), Chioro deve encontrar-se com Dilma amanhã, no Planalto, e só não assume o cargo se não quiser, nas palavras de pessoas que acompanham as conversas.
Lula, mais uma vez, exerce um papel fundamental como guru político da presidente. Ele já havia, no fim do ano passado, participado, ao lado de Dilma das negociações com os partidos aliados em torno dos palanques estaduais. O encontro aconteceu em um sábado, na Granja do Torto, e reuniu, além da presidente e de Lula, o presidente nacional do PT, Rui Falcão (SP) e representantes do PMDB e do PP. E fará isso com toda a base, composta por 10 partidos de olho em uma vaga na Esplanada.
Lula também convenceu a presidente a estender a reforma até meados de março. “Ele sempre disse a Dilma que seria arriscado dar os ministérios muito tempo antes da contrapartida que os partidos poderão dar ao Planalto: a certeza do apoio nas eleições de outubro”, afirmou um assessor palaciano. No caso do PMDB, Lula também fuciona com um desafogo nos momentos de crise. “O PMDB confia no discernimento e na capacidade de articulação política do ex-presidente Lula”, elogiou um cacique do PMDB.