Jornal Estado de Minas

Dilma também enfrenta resistência do PMDB em Minas

Durante anúncio de recursos do PAC em BH na última sexta-feira, nenhum parlamentar da legenda participou do evento. Crise entre os dois partidos já ocorre na base aliada do governo federal

Marcelo Ernesto - Enviado especial a Curitiba
A vinda da presidente Dilma Rousseff a Belo Horizonte na última sexta-feira para anunciar recursos do Programa Nacional de Aceleração dos Crescimento (PAC) Grandes e Médias cidades, deixou transparecer a crise com o PMDB também em Minas Gerais. Durante o evento, as principais lideranças do partido no estado não marcaram presença no palanque montado na Serraria Souza Pinto, no Centro da capital. Na última semana, a presidente enfrentou problemas com a legenda que faz parte da base aliada, mas que ameaçou se rebelar contra a petista, caso não fosse contemplado com mais um ministério na reforma programada pela petista para o próximo mês.
Apesar da ausência, o presidente estadual da legenda, deputado Saraiva Felipe, afirma que não houve nenhuma ação orquestrada ou recomendação para que os peemedebistas evitassem a presidente. “Neste mês de janeiro é difícil encontrar com os parlamentares. Como as atividades já voltam no começo de fevereiro, muitos aproveitam o período para percorrer as suas bases. É ano eleitoral e as pessoas estão correndo atrás das bases”, ponderou Felipe que disse não ter participado do evento por que não estava fora do estado.

O presidente de honra do partido em Minas e ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Dilma participou do VI Fórum Global para Alimentação e Agricultura, em Berlim, na Alemanha e, por isso, não pode comparecer.

Em Minas, a disputa mais direta é pelo governo do estado. O PMDB mineiro tem a intenção de disputar com candidatura própria, ao invés de apoiar o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Fernando Pimentel, que caminha para ser o nome do PT para o pleito.

Além das questões nacionais sobre a busca por mais um ministério, a resistência do PMDB a uma aliança com o PT é cada vez mais maior. Diante disso, a legenda tem investido em outras possibilidades. Na sexta-feira, o presidente estadual do PSB, Júlio Delgado, e o senador Clésio Andrade (PMDB) tiveram uma conversa pelo telefone, quando ficou acertada uma reunião em Belo Horizonte com os principais nomes dos dois partidos. Júlio Delgado ressalta, num primeiro momento, que a intenção do PSB é lançar um candidato a governador, até para garantir um palanque forte no segundo colégio eleitoral do país para o presidenciável e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Mas já admite que a legenda pode abrir mão de uma cabeça de chapa. O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), está relutante em concorrer ao governo do estado.  

A expectativa é que as duas legendas estejam juntas em pelo menos 12 estados brasileiros, embora possivelmente Eduardo Campos e Aécio Neves se enfrentem nas urnas na tentativa de chegar ao Palácio do Planalto. Pesa contra uma aliança em Minas o fato de a chapa majoritária já estar completa: o ex-ministro Pimenta da Veiga deve sair candidato a governador com a indicação do presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP), como vice. A vaga para senador seria disputada pelo atual governador, Antonio Anastasia.

Com informações de Isabella Souto