Depois do vetar a aliança do PSB com o PSDB de São Paulo, os aliados da senadora Marina Silva, provável vice na chapa do pré-candidato a presidente da República, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, querem barrar a união entre socialistas e tucanos em solo mineiro. O chamado Elo MG da Rede Sustentabilidade, virtual partido de Marina abrigado nos quadros do PSB, divulgou nota ontem pregando a “necessidade de romper com a hegemonia do PSDB em Minas Gerais” e defendendo a candidatura própria.
Responsável pela nota, o coordenador da Rede Elo MG, Cassio Martinho, que integra a Executiva Nacional do partido, disse que o posicionamento foi regional e evitou falar nos eventuais transtornos de um acordo nacional entre Aécio e Campos. “Isso é especulação. Do ponto de vista da Rede, o cenário mais interessante é uma candidatura própria, saindo da camisa de força em que a política mineira se encontra”, afirmou
Procurada pela reportagem, Marina Silva não quis comentar o assunto, mas sua assessoria confirmou que Martinho fala pela virtual legenda. Representante de outra ala do Rede no estado, o ex-deputado José Fernando também não quis falar. O coordenador executivo nacional da Rede, Baliseu Margarido, disse que a nota não partiu de Marina e que permanece a posição de construir com o PSB uma candidatura que reflita um programa da coligação PSB-Rede. “Com a divulgação agora em 4 de fevereiro das diretrizes do programa, vamos aprofundar a discussão nos estados”, disse. Em São Paulo, Marina vetou a união do PSB pela reeleição do governador Geraldo Alckmin.
O presidente do PSB de Minas Gerais, deputado federal Júlio Delgado, disse respeitar a nota do grupo mineiro da Rede, mas ressaltou que Pernambuco e Minas Gerais são estados com particularidades na definição das candidaturas. “Vamos tratar Minas de forma respeitosa e diferenciada e essa questão de candidatura vai ser decidida mais tarde”, afirmou, lembrando que o PSB integra o governo Anastasia. De acordo com o dirigente socialista, os partidos não podem bater de frente em todos os lugares e precisam criar pontes para uma aliança entre Aécio e Campos em um eventual segundo turno.