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Estado de Minas

Rede de Marina Silva quer candidato próprio ao governo de Minas

Depois de rejeitar aliança em São Paulo, virtual partido da senadora quer impedir acordo do PSB com o PSDB no estado


postado em 23/01/2014 06:00 / atualizado em 23/01/2014 07:23

Depois do vetar a aliança do PSB com o PSDB de São Paulo, os aliados da senadora Marina Silva, provável vice na chapa do pré-candidato a presidente da República, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, querem barrar a união entre socialistas e tucanos em solo mineiro. O chamado Elo MG da Rede Sustentabilidade, virtual partido de Marina abrigado nos quadros do PSB, divulgou nota ontem pregando a “necessidade de romper com a hegemonia do PSDB em Minas Gerais” e defendendo a candidatura própria.

Se confirmado nacionalmente, o posicionamento da Rede mineira pode atrapalhar um acordo fechado entre Campos e o presidenciáve tucano, senador Aécio Neves (PSDB), em dezembro durante um jantar no Rio de Janeiro. Na ocasião, os dois acertaram uma espécie de pacto de não agressão, principalmente na terra natal de ambos. Em Minas, a expectativa seria a de que os socialistas abram mão de lançar um nome para deixar o caminho livre para o PSDB conseguir uma larga vantagem de votação em relação à adversária comum, a presidente Dilma Rousseff (PT). Essa seria a contrapartida do acordo fechado em Pernambuco, onde os tucanos vão apoiar o candidato de Eduardo Campos, fortalecendo-o.

Responsável pela nota, o coordenador da Rede Elo MG, Cassio Martinho, que integra a Executiva Nacional do partido, disse que o posicionamento foi regional e evitou falar nos eventuais transtornos de um acordo nacional entre Aécio e Campos. “Isso é especulação. Do ponto de vista da Rede, o cenário mais interessante é uma candidatura própria, saindo da camisa de força em que a política mineira se encontra”, afirmou

Procurada pela reportagem, Marina Silva não quis comentar o assunto, mas sua assessoria confirmou que Martinho fala pela virtual legenda. Representante de outra ala do Rede no estado, o ex-deputado José Fernando também não quis falar. O coordenador executivo nacional da Rede, Baliseu Margarido, disse que a nota não partiu de Marina e que permanece a posição de construir com o PSB uma candidatura que reflita um programa da coligação PSB-Rede. “Com a divulgação agora em 4 de fevereiro das diretrizes do programa, vamos aprofundar a discussão nos estados”, disse. Em São Paulo, Marina vetou a união do PSB pela reeleição do governador Geraldo Alckmin.

O presidente do PSB de Minas Gerais, deputado federal Júlio Delgado, disse respeitar a nota do grupo mineiro da Rede, mas ressaltou que Pernambuco e Minas Gerais são estados com particularidades na definição das candidaturas. “Vamos tratar Minas de forma respeitosa e diferenciada e essa questão de candidatura vai ser decidida mais tarde”, afirmou, lembrando que o PSB integra o governo Anastasia. De acordo com o dirigente socialista, os partidos não podem bater de frente em todos os lugares e precisam criar pontes para uma aliança entre Aécio e Campos em um eventual segundo turno.


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