São Paulo - Com o aval e participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vai reeditar as caravanas da cidadania criadas por Lula na década de 1990. A primeira caravana começa em Igarapava no dia 7 de fevereiro e vai até Ribeirão Preto.
Padilha vai entrar em São Paulo por terra vindo de Minas Gerais. A exemplo das caravanas de Lula, o ministro vai viajar de ônibus e os trajetos serão definidos por critérios históricos, econômicos e culturais. Em Ribeirão Preto o ex-presidente vai se juntar à comitiva. Até o início oficial da campanha as viagens serão repetidas em outras regiões do Estado.
Revolução
Com apenas 26 mil habitantes, Igarapava não foi escolhida por acaso. O local está carregado de simbolismos. A ponte por onde Padilha entrará em território paulista foi cenário de combates na Revolução Constitucionalista de 1932. Antiga rota de bandeirantes, o local pertenceu a Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera.
“Não tivemos a intenção de copiar as caravanas da cidadania mas que parece, parece”, admitiu o presidente do diretório estadual do PT paulista, Emídio de Souza. Segundo ele, as caravanas foram concebidas como forma de colocar em prática o discurso de Lula que desde o ano passado, tem repetido que o PT precisa abrir o diálogo para além das fronteiras do partido se quiser superar a margem dos 30% votos e vencer em São Paulo.
A estratégia também atendem outras necessidades da campanha petista. A primeira delas é reforçar a presença do partido no interior, onde o governador Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato à reeleição, é considerado mais forte. Outra é divulgar as realizações do governo federal nas pequenas cidades, muitas vezes escondidas por prefeitos de oposição. O terceiro ponto é reforçar o vínculo de Padilha com o estado já que o ministro, embora tenha nascido e crescido em São Paulo, tem a imagem política vinculada a Brasília. Por fim, o PT tem que manter Padilha em evidência depois que ele deixar o ministério.
Entre 1993 e 2001 Lula cruzou o País nas chamadas caravanas da cidadania que ajudaram a consolidar sua imagem política e levar à vitória em 2002.
Em 2012, o ex-presidente sugeriu ao senador Lindbergh Farias que fizesse caravanas pelo Rio como forma de consolidar sua candidatura. Mas petistas negam que as estratégias paulista e carioca estejam associadas.