Passado o carnaval, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva botará o bloco na rua para desatar os nós das alianças estaduais, passando por cima do papel exercido atualmente pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão. Lula, que já usou o prestígio político para atrasar a reforma ministerial planejada pela presidente Dilma Rousseff — ela queria fazer a troca de ministros antes do fim do ano —, cuidará agora pessoalmente das conversas com os aliados, tarefa que vinha sendo feita institucionalmente pelo presidente nacional do PT.
O cacique atende a um pedido dos próprios aliados, que não reconheciam a autoridade de Falcão para conduzir as negociações. “Ele pode ter a melhor das intenções, mas é deputado estadual pelo PT, não tem uma visão de país suficientemente abrangente para desvendar as realidades regionais”, disse uma importante liderança de um partido que enfrenta problemas diretos com o PT.
Lula, contudo, havia afirmado ao Correio, em entrevista concedida no fim do ano passado, que o papel dele na campanha seria mais restrita aos comícios, para mostrar os feitos do governo Dilma e as razões pelas quais ela merece uma nova oportunidade de governar o país. Na última segunda-feira, ele já tomou postura mais ativa ao conduzir uma reunião no Palácio da Alvorada, ao lado de Dilma, do futuro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do ex-ministro da Secretaria de Comunicação Franklin Martins.