Brasília – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, negou ontem, em Paris, que pretenda deixar a Corte para disputar uma vaga à cadeira presidencial ou ao Senado nas eleições de outubro. Ele disse que se diverte com as especulações sobre uma eventual candidatura. “Não sou candidato. Não estou preocupado com isso. Aliás, estou me divertindo com isso”, afirmou, após uma conferência no Conselho Constitucional da França.
Durante palestra na capital francesa, Barbosa afirmou que o STF “se transformou em um dos principais atores do sistema político brasileiro”. Disse, porém, que a Corte se tornou “vítima do próprio sucesso” e criticou o trabalho da imprensa. “Eu diria que a imprensa ainda não reporta a essência das decisões. Ela fica no anedótico, nas alfinetadas, em algumas frases”, disse.
Na quarta-feira, Barbosa criticou os ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que assumiram o STF interinamente por não terem assinado o mandado de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no processo do mensalão. Ao rebater as críticas de Barbosa aos ministros, o advogado de João Paulo, Alberto Toron, afirmou: “É o fim da picada. Eu acho que não tem que dizer muito mais do que isso. E ele confortavelmente dando seu rolezinho em Paris”. Em resposta ontem, Barbosa mandou mais farpas: “Um advogado vir a público fazer grosserias preconceituosas contra um membro do Judiciário que julgou seu cliente é prova de um deficit civilizatório.” Toron não retrucou.
Outros “encargos”
O empresário Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas e filho do ex-vice-presidente José Alencar é cotado para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em substituição a Fernando Pimentel, que deverá deixar o governo até o início de abril para concorrer ao governo de Minas. O industrial, que, em setembro, se filiou ao PMDB pelas mãos do ex-presidente Luiz Inácio da Lula Silva, se diz “agradecido” com a lembrança do seu nome e não responde se aceita ou não a indicação, mas revela que tem preferência por outros “encargos”, deixando a entender que está aberto a assumir candidatura a algum cargo eletivo em outubro deste ano. (Luiz Ribeiro)