O ex-prefeito Bejani esteve na Assembleia no fim de dezembro, oito dias depois da contratação de Betto Júnior. Apesar disso, disse que nem sabia do novo emprego do filho. Ele confirmou uma possível candidatura do herdeiro, mas negou ter qualquer influência nisso. “Ele tem essa vontade, mas política é igual nuvem. Pode ser que daqui a três anos ele esteja pronto para concorrer ou não”, afirmou. Bejani disse que atualmente cuida apenas do sustento da família, trabalhando com casas populares em sua construtora. Depois da derrocada política, ele também tem frequentado uma igreja evangélica pentecostal de Juiz de Fora.
O político chegou a ser preso em abril de 2008 na Operação Pasárgada, que investigava um esquema de desvio no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Durante investida da polícia federal que o levou a cumprir uma temporada na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, foi encontrado R$ 1,12 milhão em sua casa, além de uma arma. Bejani foi condenado em primeira instância por enriquecimento ilícito e irregularidades administrativas em seu primeiro mandato como prefeito, entre 1989 e 1992. Foi o que o levou, segundo diz, a largar a política.
CÉU E INFERNO Desgostoso, ele sugere ao filho investir em outra profissão. “Não dá para ficar dependente da política não, porque um dia é o céu e no outro é o inferno. Ele é casado e tem um filho, está estudando e tem vontade de fazer um curso de gestão pública”, afirmou.
Antes de o filho trabalhar em gabinete parlamentar, Bejani apostou todas as fichas na carreira de sertanejo universitário de Betto Júnior, que gravou clipe e CD. Bejani dizia que o filho tinha potencial para ser o próximo Luan Santana, fenômeno musical. O ex-prefeito tem também uma filha, Tatiana dos Santos Bejani, de 28, presa por estelionato na semana passada, suspeita de alugar casas de praia inexistentes pela internet.