As negociações dos partidos para conquistar novos filiados terminaram em outubro, mas entre algumas categorias profissionais ainda é grande o lobby das legendas para atrair candidatos puxadores de votos. Pela legislação eleitoral, magistrados, conselheiros de tribunais de contas e promotores dispõem de mais tempo para optar por um partido do que qualquer cidadão normal. Eles terão até o começo de abril para se filiarem. Já os militares contam com um período ainda maior para refletir sobre o futuro político: bombeiros e PMs dos Distrito Federal, por exemplo, podem se filiar até 5 de julho. É grande o assédio partidário às lideranças dessas corporações, e nomes fortes entre os militares se articulam desde já para tentar emplacar um concorrente competitivo.
Como está na ativa, o sargento da PM Ricardo Pato não pode se filiar a nenhum partido. Mas por conta de sua atuação na mobilização salarial da entidade, ele tem recebido diversos convites para disputar as eleições de outubro. Como o envolvimento político de alguns organizadores da operação-tartaruga tem sido alvo de duras críticas do comando da PM e da Secretaria de Segurança, o sargento Pato evita falar sobre disputa eleitoral neste momento, apesar de ser apontado por colegas como candidato. “Ainda está cedo para decidir, vou deixar para a última hora. Por enquanto, minha atenção está voltada ao atendimento às nossas reivindicações salariais”, afirma o policial, que em 2010 concorreu e teve 1.135 votos.