A presidente Dilma Rousseff deixou pelas portas do fundo o hotel em que se hospedava em Lisboa e embarcou na manhã deste domingo, 26, para Havana.
A viagem estava sendo mantida em sigilo e apenas foi explicada depois que reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou ontem com exclusividade o momento em que Dilma entrou num hotel de Lisboa. Segundo a reportagem apurou, a suíte de Dilma está tabelada com um valor de R$ 26 mil.
No sábado, às 9h35 (horário de Lisboa), o comboio que levaria a presidente do hotel ao aeroporto foi obrigado a entrar em uma garagem pública que dá acesso ao hotel. Enquanto um dos funcionários lavava carros sem saber o que ocorria, os seguranças realizavam a operação para driblar os jornalistas e impedir que a presidente tivesse contato com a imprensa que a aguardava.
Jantar ao Tejo
Na noite de ontem, ao contrário do que o Palácio do Planalto havia informado, Dilma saiu para jantar no elegante restaurante Eleven e com uma vista privilegiada sobre o rio Tejo. O Planalto chegou a dizer à reportagem que ela estava "dormindo", enquanto outros assessores indicavam que "desconheciam" qualquer plano de saída da presidente.
Mas uma foto publicada no jornal português Expresso de ontem deixou a comitiva sem explicações. Na foto, Dilma está entrando no luxuoso restaurante, acompanhada pelo embaixador do Brasil em Portugal, Mario Vilalva. O ministra Helena Chagas, chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, também aparece na foto.
Pode-se ver um dos seguranças e o próprio embaixador carregando uma sacola com garrafas de vinho. O restaurante é um dos melhores de Portugal e um dos poucos no País classificado com estrela Michelin.
Dilma esteve na Suíça desde quinta-feira, 23, e, sexta-feira, 24, foi uma das palestrantes no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O próximo compromisso da presidente é a inauguração de um porto financiado pelo Brasil em Cuba, nesta segunda-feira, 27.
Oficialmente, a explicação para a parada em Portugal é a de que o avião da FAB não teria autonomia para viajar entre Zurique e Havana. Mas o Planalto não explica nem porque a visita foi mantida em sigilo nem porque o abastecimento do jato não poderia ter ocorrido com a comitiva dentro do avião, algo que levaria cerca de uma hora.
Com Agência Estado