À publicação, a empresária, dona das transportadoras AG Log e a AGX Log Transportes, disse ter levado R$ 200 mil em uma bolsa Louis Vitton ao então ministro Lupi em 2011 para agilizar os trâmites para a criação do Sindicato dos Cegonheiros de Pernambuco (Sincepe). A ideia, segundo relatou à revista, era abocanhar contratos com as montadoras que se instalariam na região. Se o negócio prosperasse e o sindicato conquistasse bons contratos, Ana Cristina afirmou que Lupi também deveria ficar com parte do negócio.
À reportagem, Lupi afirmou não ter tido acesso ao teor das denúncias de Ana Cristina ao Ministério Público Federal, mas negou qualquer prática de corrupção durante o período em que comandou o Ministério do Trabalho e Emprego, entre março de 2007 e novembro de 2011. "Fiquei quase cinco anos no comando do ministério e não tenho nenhum processo contra a minha pessoa."
O político negou conhecer Ana Cristina e ter recebido o pagamento de propina. "Não conheço essa pessoa, nunca tive contato com dela, nunca esteve em meu gabinete e não recebi dinheiro dela. Essa pessoa não tem a menor credibilidade", disse.
O ex-ministro afirmou que as audiências em seus gabinetes eram registradas e que o ministério contava com circuito interno de imagens. "Como pode afirmar que entrou no gabinete do ministro com uma bolsa contendo R$ 200 mil?", questionou.
Lupi afirmou desconhecer os motivos que levaram a empresária a denunciá-lo, mas estranhou que isso tenha ocorrido mais de dois anos depois de ter saído do ministério. Ele pediu demissão depois de acusado de envolvimento em caso de desvio de recursos públicos. "Ao que parece, quiseram escolher um bode expiatório. Não sou São Sebastião, mas sei o que jogo político é sujo. Acho estranho que, logo após as denúncias, o (deputado federal) Paulinho (da Força) tenha pedido que tudo fosse apurado", afirmou ele, citando o líder da Força Sindical que se desligou recentemente do PDT para criar o partido Solidariedade.
Lupi afirmou que irá à Justiça ainda esta semana com uma ação criminal contra a empresária por injúria, difamação e calúnia e com uma interpelação para ter acesso ao conteúdo denúncias feitas ao Ministério Público Federal.
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