O senador e pré-candidato ao Palácio do Planalto Aécio Neves (PSDB-MG) condenou os gastos feitos pela presidente Dilma Rousseff em Portugal na volta do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A caminho de Cuba, a comitiva da presidente parou em Lisboa, onde ocupou 45 quartos em dois dos mais caros hotéis da cidade: o Ritz e o Tívoli. A estadia, que não fazia parte da agenda oficial, custou R$ 71 mil. Somente a diária do quarto de luxo em que Dilma se hospedou é de R$ 26 mil. “Infelizmente, é mais um péssimo exemplo. O PT sempre teve dificuldade de separar o que é público do que é pessoal e partidário. A história se repete. A presidente ter escolhido ficar numa suíte cuja diária custa mais de 30 salários mínimos agride o país e ofende os brasileiros”, afirmou o tucano.
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PPS pede à PGR investigação sobre escala de DilmaParada de Dilma em Lisboa foi 'escala técnica obrigatória'Dilma deixa hotel de Lisboa pela porta dos fundos'Pago minha conta', diz Dilma sobre restauranteGoverno português sabia de visita de Dilma desde dia 23Dilma manteve a viagem em sigilo até ser flagrada entrando no hotel. Na noite de sábado, saiu para jantar no luxuoso Restaurante Eleven, que tem vista privilegiada para o Rio Tejo. Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, disse que todos os integrantes da comitiva presidencial que fizeram "escala técnica obrigatória" em Lisboa no sábado pagaram a conta do restaurante com recursos próprios. Ele reiterou nota em que a Presidência alegou que a parada em Lisboa não foi “desnecessária”. “A escala técnica era obrigatória. Dependendo de condições climáticas, o Airbus 319 presidencial tem autonomia média em torno de 9 horas e 45 minutos, tempo insuficiente para um voo direto entre Zurique e Havana. A opção por Lisboa foi a mais adequada, já que se trata do aeroporto mais a oeste no continente europeu com possibilidades de escala técnica”, registrou o Planalto, acrescentando que Dilma chegou às 17h30 a Lisboa, pernoitou e seguiu viagem na manhã seguinte.
Mesmo com a justificativa, o PPS pediu à Procuradoria Geral da República (PGR) a abertura de um inquérito para apurar a escala. Na representação, o líder do PPS na Câmara, Rubens Buenos (PR), diz que Dilma pode ter cometido um crime. “Trata-se de despesa desnecessária e divorciada do interesse público, o que poderia caracterizar, pelo menos em tese, ato de improbidade administrativa, por ofensa aos princípios da legalidade e da moralidade”, afirmou. O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), também cobra explicações. “Dilma vai a Lisboa, torra o dinheiro público sem qualquer agenda marcada, come do bom e melhor, posa de celebridade e fica por isso mesmo. E o brasileiro paga a conta. A presidente tem que se explicar”, disse.
CUBA A última fase da viagem também rendeu críticas à presidente, que participou ontem da inauguração da primeira etapa do Porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana. Oporto custou US$ 957 milhões, dos quais US$ 682 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O PSDB anunciou ontem que vai pedir esclarecimentos ao ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sobre o acordo com o governo cubano.
Lançamento
Pré-candidato do PSDB à Presidência, o senador mineiro Aécio Neves decidiu que o lançamento de sua campanha será feito no maior colégio eleitoral do país, São Paulo, estado que é berço do partido e é governado por tucanos há 20 anos. Dirigentes já estão em busca do local para a realização do evento que oficializará a candidatura de Aécio. Duas opções estão sendo avaliadas, segundo um dirigente do PSDB: realizar o evento na capital ou em alguma outra cidade da Grande São Paulo. Por sua vez, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o partido lançará a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição em 10 de fevereiro, dia em que a sigla comemora 34 anos.