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Estado de Minas

Justiça aceita denúncia contra cinco por tráfico em helicóptero de Perrella

Entre os denunciados está o piloto e o co-piloto. Já o deputado mineiro não foi denunciado por envolvimento no transporte ou propriedade da droga


postado em 28/01/2014 16:02 / atualizado em 28/01/2014 20:00

A investigação da PF descartou o envolvimento da família Perrella com a droga(foto: Carlos Bernardo Coutinho/A Gazeta )
A investigação da PF descartou o envolvimento da família Perrella com a droga (foto: Carlos Bernardo Coutinho/A Gazeta )

A Justiça Federal aceitou a denúncia contra cinco pessoas envolvidas com o transporte dos 445 kilos de cocaína, apreendidas no helicóptero da Limeira Agropecuária Ltda, que pertence ao deputado Gustavo Perrella (SSD), e que foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) no Espírito Santo. A droga foi apreendida em novembro do ano passado no município de Afonso Claúdio, no interior capixaba, após a aeronave ser flagrada pela polícia. Vão responder ao processo o piloto da aeronave Rogério Almeida Antunes, o co-piloto Alexandre José de Oliveira Júnior; os responsáveis por descarregar o helicóptero, Robson Ferreira Dias e Everaldo Lopes de Souza; e o dono de uma propriedade que servia de base para a organização, Elio Rodrigues. Todos responderão por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Os envolvidos têm 10 dias para fazer a defesa prévia. Gustavo não foi denunciado por envolvimento no transporte ou propriedade da droga.

Ainda na decisão, o juiz federal Marcus Vinícius Figueiredo manteve o confisco da aeronave, que passou a ser usada pelo governo do Espírito Santo. Apesar disso, a Justiça rejeitou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) desmembramento do inquérito. O MPF tinha encaminhado a parte relativa ao deputado mineiro para que Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) devido ao foro privilegiado dele. Ainda sobre Gustavo Perrella, o MP entende que a remessa do caso para a segunda instância da Justiça Federal "não implica uma opinião negativa sobre a participação do parlamentar nos fatos".

De acordo com a denúncia, o piloto ganharia R$ 50 mil para sair de Belo Horizonte às 7h e retornar às 18h. Se condenados, os cinco podem pegar de cinco a 15 anos de prisão por tráfico de drogas, 3 a 10 anos por associação ao crime de drogas e ainda ter um aumento de pena em até dois terços por tráfico internacional, já que a droga foi trazida do Paraguai.

Em dezembro do ano passado, a Polícia Federal (PF) afirmou que não encontrou indícios da participação de nenhum integrante da família Perrella no caso. Segundo o delegado responsável pela investigação, Leonardo Damasceno, a averiguação das ligações telefônicas dos 11 celulares apreendidos com a droga conduziu a essa certeza.

 

O advogado de Zezé Perrella, Antônio Carlos de Almeida Castro, o kakay, afirmou à reportagem que vai tentar reaver a posse do helicóptero. Os advogados dos demais réus não foram localizados nesta terça-feira. A Justiça determinou que os representantes dos acusados sejam notificados da decisão para apresentar defesa prévia em até dez dias.

Com Agências Estado e Brasil


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