Criticada pela oposição por financiar a obra do Porto de Mariel, em Cuba, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, 28, que a parceria com a ilha de regime comunista é fundamental para o País e definiu a aliança como um jogo de "ganha-ganha". "É uma visão pequena não perceber a natureza estratégica desse investimento", afirmou a presidente.
Na segunda-feira, 27, Dilma anunciou um novo empréstimo, desta vez de R$ 290 milhões, para a Zona de Desenvolvimento Especial do Porto de Mariel, localizado a 45 quilômetros de Havana. O crédito vai se somar aos R$ 802 milhões já investidos na construção do porto, que teve a primeira etapa inaugurada agora.
Pré-candidato à sucessão de Dilma, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ironizou a injeção de recursos do governo na ilha dos irmãos Castro. "Dilma anunciou sua primeira obra de infraestrutura. Em Cuba", comentou Aécio. "Não vamos comparar a quantidade de portos que tem no Brasil e em Cuba, que tem um porto", afirmou a presidente. "Nós continuamos fazendo investimentos no Brasil na área de portos. O Brasil financiou o porto de Mariel, mas quem forneceu bens e serviços foram empresas brasileiras. Isso leva ao fortalecimento dos países. É um processo de ganha-ganha. Cuba ganha e o Brasil também ganha."
A presidente destacou, ainda, que o mercado latino-americano tem 600 milhões de consumidores, muitos deles podendo ser beneficiados pelo Porto de Mariel. Dilma teve duas reuniões bilaterais nesta terça-feira: com Pena Nieto, presidente do México, e José Miguel Insulza, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).