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Base aliada libera repasses para quatro obrasSecretarias calculam perdas com atraso no repasse de recursos da Lei KandirPor cinco anos, Metrô de Belo Horizonte fez repasses de recursos ao sistema de RecifeOrçamento Impositivo pode garantir repasse de recursos na marra“Assim como o FPE, que foi muito menor do que o planejado, contávamos com o montante compensatório da Lei Kandir referente a 2013. Esse recurso sempre foi pago como forma de reembolso, mas no ano passado, para nossa surpresa ele foi suspenso. Os R$ 313 milhões entram agora na receita deste ano”, explicou o secretário da Fazenda, Leonardo Colombini.
A demora de pouco mais de um mês, no entanto, representa mais do que um simples atraso, já que os valores estavam previstos no orçamento do ano passado e acabaram deixando um buraco nas contas públicas estaduais, com a necessidade de contenção de despesas previstas para o ano.
“Logicamente trabalhamos com uma execução do orçamento de acordo com a receita que entra para os cofres estaduais. Quando não recebemos um montante previsto, como foi o caso das compensações pela Lei Kandir, é preciso segurar outros tipos de gastos, como o início de uma obra de infraestrutura por exemplo”, afirmou Colombini, sem citar quais obras foram prejudicadas com os atrasos nos repasses da União.
ATRASO INÉDITO Em dezembro do ano passado o governo federal suspendeu – pela primeira vez desde a criação da a Lei Complementar 87 (Lei Kandir), de 1996 – o repasse aos estados pelas perdas na desoneração das exportações. Ao desonerar as exportações, a lei estabeleceu que os estados seriam ressarcidos pela perda que teriam na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). A previsão é de que as compensações sejam pagas ao longo do ano, mas nos últimos anos os valores foram quitados nos últimos três meses do exercício. Para o pagamento, o governo federal edita uma medida provisória. A parte de São Paulo, por exemplo, é de R$ 455 milhões neste ano.
O anúncio do Ministério da Fazenda de que não faria os repasses na data marcada gerou forte reação dos secretários da Fazenda de Minas, São Paulo, Paraná e Mato Grosso, que teriam maiores perdas com o atraso. Eles reclamaram no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e cobraram das bancadas parlamentares maior pressão no Congresso, com ameaças de obstruir votações importantes para o governo. “Registramos com outros estados nossa preocupação com perdas de recursos importantes para os cofres estaduais. O motivo para o atraso não foi explicado para os governos estaduais, mas ficou claro que houve uma contenção de gastos para manter o superávit”, avalia Colombini.