Representantes da legenda no Congresso se encontraram por cerca de duas horas na tarde desta quarta com Cid Gomes, em Brasília, em meio às especulações sobre o início da dança das cadeiras na Esplanada que deve ser efetivada pela presidente Dilma Rousseff nos próximos dias. "Nós chamamos o Cid para afinar o discurso. Estão dizendo o ministério é do Pros, indicado pelos irmãos Gomes. Não. Deixa a Dilma chamar", afirmou o líder do partido na Câmara, Gilvado Carimbão (AL). Atualmente, o Ministério da Integração é ocupado pelo ministro interino Francisco Teixeira, nome que passou pelo aval de Cid Gomes.
"Esqueça esse negócio que (o ministério) é do Pros, do Cid, do Ciro", disse o líder do partido na Câmara. Segundo integrantes da legenda, também causou estranheza o silêncio de Cid Gomes em torno do encontro que teve com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, momentos antes de se reunir com o Pros. "Ninguém sabia do encontro. Ele não falou e ninguém perguntou", disse Carimbão.
O ministro Mercadante deve assumir nos próximos dias a Casa Civil e a articulação política do Palácio do Planalto. Ele também deverá fazer uma ponte entre o governo e a coordenação de campanha da presidente Dilma que deverá disputar a reeleição em outubro. Apesar do desconforto interno no Pros com a possível centralização dos irmãos Gomes nas discussões com integrantes do governo, integrantes do Pros ensaiaram ao final do encontro um discurso de que não pretendem pressionar por mais cargos na reforma ministerial.
"O partido decidiu que vamos aguardar qualquer decisão. É a Dilma que tem que tomar posição com relação a ministério. O Pros não está aqui para impor nenhum ministério", afirmou o presidente do Pros, Eurípides Júnior, após a reunião. "Essa história de ministério é um tema que só diz respeito a presidente da República. Eu sinceramente acho inapropriado partidos fique tratando dessa questão", endossou o governador do Ceará, Cid Gomes.