Leia Mais
Uso de helicóptero coloca Ideli Salvatti à beira de uma advertênciaIda de Mercadante para Casa Civil esvazia poder da ministra Ideli SalvatiIdeli discutirá com líderes do governo volta do recessoIdeli busca apoio para veto de Dilma sobre projeto que cria novos municípiosPT articula indicação de Ideli para vaga no TCUCasa Civil lida com 'espinhosas missões', diz MercadanteIrritado, presidente da Câmara usa Mercadante para mandar recado a DilmaOntem, a presidente Dilma Rousseff informou aos seus líderes no Congresso – do Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do Congresso, José Pimentel (PT-CE) – que os manterá na posição este ano. “Ela fez uma avaliação positiva da articulação no Congresso e disse que gostaria de deixá-los no posto. O entendimento foi que a dinâmica continua a mesma, inclusive com a Ideli. Não foi tratada qualquer possibilidade de ela sair”, relata um cacique no Senado. Havia a expectativa da troca da ministra porque, além do desgaste pelo uso do helicóptero para compromissos políticos, Ideli vinha enfrentando críticas de parlamentares da base por ter deficiências na articulação política.
Segundo lideranças do Senado, a intenção de Dilma ao manter a mesma estrutura no Congresso e Ideli no cargo é não mexer em uma área estratégica em ano eleitoral. “Neste período, os parlamentares ficam mais propensos a traições. Os quatro (Chinaglia, Pimentel, Braga e Ideli) já estão lidando com a base há mais tempo, sabem quem pode trair e, assim, com quem têm que negociar”, avalia um senador da base. Mesmo sem a mudança formal, lideranças acreditam que Ideli deve perder parte do papel de articuladora para Mercadante, que deixa o Ministério da Educação para assumir a Casa Civil. Parlamentares da base comemoram a chegada de Mercadante, que sempre atuou nos bastidores do Congresso.
Pautas bomba
A ministra Ideli e os três líderes do governo no Congresso se reuniram ontem para tratar da pauta do ano. De acordo com Chinaglia, Braga e Pimentel, foi reforçado o pedido para que as chamadas “pautas bomba” – propostas com grande impacto nas finanças públicas – não façam parte da agenda dos parlamentares. No fim do ano, a ministra iniciou a articulação com os líderes para base para evitar a aprovação de qualquer proposta que pudesse causar impacto no orçamento. O acordo foi consolidado em reunião do Conselho Político para discutir o cumprimento das metas fiscais. Na época, os líderes de partidos da base aliada divulgaram uma nota se comprometendo a apoiar o Pacto pela Responsabilidade Fiscal proposto pelo governo federal.