Os deputados estaduais mineiros retomam os trabalhos nesta terça-feira (4) com uma série de pendências que ficaram do ano passado. Em ano eleitoral, mais curto e com maior dificuldade de quórum, já que a maioria deles tentará se reeleger em outubro, os parlamentares terão de analisar propostas de reajustes e de mudanças de regras para servidores públicos que não foram votadas até dezembro. Também ficou para trás uma proposta de emenda à Constituição (PEC) sem a qual o Executivo não pode criar a fundação que vai administrar a previdência complementar do funcionalismo.
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Assembleia de Minas abre espaço virtual para participação popularDez deputados da Assembleia Legislativa de Minas não vão disputar reeleição Presidente do Cruzeiro anuncia que vai disputar vaga na Assembleia de Minas Assembleia de Minas tem muito trabalho com o fim do recesso parlamentarCongresso e Judiciário retomam trabalhos hojeSenadores e deputados voltam ao trabalho e definem pautas prioritáriasA prioridade do Executivo no primeiro semestre será aprovar a PEC que lhe permite criar uma fundação de direito privado. Apesar de a criação da previdência complementar já ter sido autorizada no ano passado, sua implementação seria inconstitucional sem essa alteração. Como o teto para os novos servidores já foi igualado ao Regime Geral de Previdência, é urgente a criação do sistema complementar.
Uma polêmica que deve ocupar boa parte dos embates é a mudança no regimento interno da Assembleia. Pela proposta que será avaliada pelos parlamentares, boa parte dos instrumentos de obstrução da oposição ficarão prejudicados com a redução do tempo de uso da tribuna pelos deputados. Provavelmente antes de isso virar regra, porém, os parlamentares se debruçarão sobre propostas do Executivo que tratam do funcionalismo. O mais complicado dos textos trata do novo estatuto dos servidores. O estatuto atual é de 1952.
Também tramitam na Casa propostas do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que concedem aumentos aos seus servidores. Para os policiais civis, há o texto que cria a gratificação de incentivo ao exercício continuado. Ficou também o projeto de mudança na lei orgânica do Ministério Público.
Outro assunto polêmico, mas de grande interesse dos deputados, é a proposta de emenda à Constituição que cria o orçamento impositivo das emendas parlamentares em Minas Gerais. Nos moldes do que está sendo votado no Congresso, a proposta limita a execução obrigatória em 1,2% da receita estadual.
Novo regime
No fim do ano passado, o governo de Minas enviou à Assembleia dois projetos para alterar o regime de previdência dos servidores estaduais. Por meio do Projeto de Lei Complementar 54 (PLC), foi extinto o Fundo de Previdência do Estado de Minas Gerais (Funpemg) e criado sistema complementar de previdência. O novo regime, aprovado em dezembro, dá ao funcionário a opção de contribuir com um percentual maior do que o previsto para poder ganhar, quando aposentado, até mais do que recebia na ativa. Já a Proposta de Emenda à Constituição 62, que ainda será analisada pelos deputados, determina que o Estado crie uma fundação para administrar e executar o plano de benefícios do regime de previdência complementar dos seus servidores públicos.