Jornal Estado de Minas

Ministro das Comunicações defende regulação da mídia, mas não do conteúdo

Ao deixar a cerimônia de posse dos novos membros do governo, Paulo Bernado disse que Google está se tornando o grande monopólio midiático

Agência Estado
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, reiterou, na tarde desta segunda-feira que é a favor da regulação da mídia, e não do conteúdo, ao deixar a cerimônia de posse de novos ministros no Palácio do Planalto. Para Bernardo, é importante discutir a forma de conduzir esse processo.
"Em primeiro lugar, eu sou favorável à regulação da mídia. Eu acho que sempre falei isso, sempre defendi. Nós precisamos apenas nos colocar sobre qual vai ser o modelo, sobre qual a forma de conduzir isso, se nós vamos fazer um projeto único ou por partes. Eu, por exemplo, acho que temos que incluir questões essenciais, por exemplo, sobre o que acontece na mídia de internet", disse o ministro.

Ao falar de internet, Bernardo destacou o Google: "O Google está se tornando o grande monopólio da mídia. E a gente vê assim uma disputa entre teles e TVs que, provavelmente, se durar mais alguns anos, o Google vai engolir os dois", disse o ministro.

Questionado sobre se o Brasil tem planos para diminuir a ação de companhias como o Google, Paulo Bernardo respondeu: "Isso tem de ser colocado na pauta. Se você tem, por exemplo, uma empresa que, num setor, tem 70% de participação, é evidente que talvez seja o caso de discutir. É para discutir, eu sou a favor de discutir."

"Não estou falando de regular conteúdo. Sou absolutamente contra. Agora, nós podemos ter dois tipos de veículo vendendo publicidade? Um pagando imposto e outro pagando nada? Isso eu acho que tem de ser visto. Essa discussão eu coloco assim até como um elemento para contribuir com um eventual debate", afirmou o ministro.

O ministro também disse esperar rapidez na questão do Marco Civil da Internet: "Espero que (o marco civil) seja votado logo. Me parece que a discussão já foi bem-feita, que todas as questões foram colocadas, acho que dá para votar, sim".