A terceira reforma ministerial promovida pela presidente Dilma Rousseff foi duramente criticada nessa segunda-feira pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), durante feira do agronegócio em Cascavel (PR). Em entrevista à imprensa, o tucano disse que, caso eleito, vai reduzir pela metade o número de ministérios; hoje são 38 os ministérios. “É um número acintoso e vergonhoso.” Segundo ele, o Brasil só perde para o Sri Lanka. “E se novos partidos surgirem, com cinco ou 10 minutos de televisão, vamos perder também para Sri Lanka.”
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Para Aécio, reforma ministerial de Dilma é um retrocessoAécio Neves se reúne com cúpula do PSDB para traçar programa tucanoJustiça de Minas extingue ação contra Aécio por improbidadeAécio justifica ausência de Alckmin no interior de SPBancada do PMDB ameaça entregar cargos na EsplanadaSegundo o líder tucano, a agenda do governo é focada na reeleição, e, com a reforma, “os feudos do PT são garantidos” nos maiores orçamentos, como os ministérios da Saúde e da Educação. “Infelizmente a lógica que rege as ações do governo não é de interesse nacional, é de interesse eleitoral”, afirmou o tucano.
O senador aproveitou a ocasião para atacar a gestão da petista no comando do país. Segundo ele, as principais conquistas do Brasil até agora, como a estabilidade, a credibilidade e os pilares macroeconômicos que garantiram investimentos no Brasil, se fragilizaram. “O governo da presidente da República falhou na condução da economia, falhou na condução e na gestão do país, especialmente no que diz respeito à infraestrutura, já que demonizou durante mais de 10 anos as privatizações e as concessões e as faz agora de forma atabalhoada, e não permitiu que nossos indicadores sociais, em especial na saúde, na educação e também na segurança pública melhorassem, ao contrário, pioraram e pioraram muito”.
A recente viagem a Portugal da presidente Dilma também foi alvo de críticas. Para Aécio,o episódio de Lisboa serve como uma amostra da falta de transparência do governo federal. “O que faltou ali é o que tem faltado em várias áreas do governo, mas dessa vez a situação foi retratada de forma caricata: é transparência. A ausência (de transparência) causou mais danos do que a verdade causaria”, disse o tucano. Sem dar detalhes, o presidente do PSDB afirmou que o partido apresentará ao Brasil “uma nova e ousada agenda onde eficiência e ética possam caminhar juntas”.